Nesta terça (24), o Sintaema realizou o seminário “Rumos do Saneamento no Brasil”, a atividade fez parte da programação do Fórum Social Mundial 2023 e contou com a presença de representantes de entidades representativas dos trabalhadores e trabalhadoras do saneamento e do meio ambiente de 10 estados que fizeram balanço dos retrocessos impostos por Jair Bolsonaro e os desafios da luta sob o governo Lula.
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Na mesa, além do presidente do Sintaema, o debate pode contar com as contribuições de Eduardo Pereira, presidente do Sindágua/MG; Rodrigo Picinin, presidente do Saemac/PR; Lucas Gabriel Tocano Ferreira, diretor de Comunicação do Sindágua/MG; Vinícius Giordani, diretor do SindiÁgua/RS e do ONDAS; Wilton Maia Velez, presidente do StiuPB; João Lourenço Xavier, diretor do SINTSAMA/RJ; Leonardo Lacerda da Silva, presidente do Sintaema/SC; e João Maria de Oliveira, presidente da Furcen (Federação Interestadual dos Urbanitários do Centro Norte).
Unidade e luta em defesa da água
Ao destacar a importância da realização do seminário, o presidente do Sintaema, José Faggian, afirmou que a atividade ocorre em uma conjuntura política mais favorável para o movimento sindical e que a presença de 10 estados no debate reflete a centralidade da luta em defesa da água como bem público e direito universal. Ele também lembrou que a luta em defesa do acesso ao saneamento não perde de vista os recortes de gênero e raça e que fica claro que a exclusão imposta até aqui a uma parcela da população tem RG e CEP.
Faggian também destacou como fundamental a unidade e organização em 2023. “Tenho dito que estou empolgado com o atual momento, mas não otimista. Porque, ainda que o governo seja mais favorável para a classe trabalhadora e a população que mais precisa, ele é um governo de coalizão, esse novo governo está em disputa e nós precisamos estar vigilantes e mobilizados de forma permanente para influir nesta disputa e girar o barco ao nosso favor”, externou o presidente do Sintaema, ao referendar a urgência de um plano nacional de lutas em defesa da água e do saneamento públicos.
Sobre a Lei 1426, Faggian diz que espera que em 2023 a luta garanta a reversão de, pelo menos, alguns pontos do marco. “Creio que uma luta urgente é trazer de volta a figura do contrato de programa e a anulação dos decretos do governo Bolsonaro que prejudicaram o acesso ao saneamento básico para a população, em especial a mais vulnerável”, completou.
Em São Paulo, o presidente do Sintaema fez balanço do cenário no estado e destacou que a situação é crítica sob o governo Tarcísio de Freitas, mas que o Sintaema está em luta permanente desde a eleição deste novo governo. Entre as ações já em curso, Faggian informou a realização da campanha ‘Fevereiro Azul’, com a convocação de um grande ato na porta da Bolsa de Valores de São Paulo, no dia 14 de fevereiro, contra a privatização do saneamento no Brasil.
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“Essa agenda de lutas visa unificar ainda mais as entidades de todo o Brasil em uma ação conjunta pelo direito à água como bem público, conscientizar a população do país sobre as consequências das privatizações de Jair Bolsonaro e sobre a urgência de se reverter essa agenda privatista no próximo período”, afirmou Faggian.
Ele também informou que outra ferramenta de luta será a realização de um Encontro de Comunicação no dia 13 de fevereiro. “Sabemos que a comunicação nesta etapa será fundamental, logo a realização deste encontro será um passo tático em nossa estratégia que é barrar a privatização e preservar empresas como a Sabesp”, explicou.
Confira a íntegra do debate aqui:
Serviço
Fevereiro Azul
Dia 13/02 – Encontro nacional da comunicação dos sindicatos de saneamento e dos urbanitários, em São Paulo.
Dia 14/02 – Ato contra a privatização nacional na Bolsa de Valores de São Paulo.