O governo privatista de Tarcísio de Freitas tem anunciado à população de São Paulo que irá adotar como modelo de privatização da Sabesp a receita aplicada para a privatização da Eletrobras. Ou seja, a entrega do patrimônio, com aumento da tarifa, demissões em massa, piora nos serviços e a exclusão das populações mais vulneráveis.
“A gente tem o feeling da Eletrobras [privatizar para baixar a tarifa]”, disse a secretária de Infraestrutura, Meio Ambiente e Logística do Estado, Natália Resende em entrevista ao jornal Estadão publicada no dia 23 de janeiro de 2023.
Mas, será que essa receita será boa para a população e os trabalhadores e trabalhadoras do saneamento e do meio ambiente? Quais foram os impactos da privatização da Eletrobras?
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Energia sobe mais do que a inflação
Segundo dados da PNAD, entre janeiro de 2019 e outubro de 2021, a inflação acumulada foi de 18%, enquanto a tarifa de energia subiu praticamente o dobro, 35%.
E mais, estudo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aponta que, somente em 2022, as contas de luz tiveram em média um reajuste de 11,35% para os clientes residenciais. Em pelo menos nove distribuidoras, o reajuste foi igual ou superior a 20%.
Peso da descotização
Vale lembrar que esse “feeling” citado pela secretária de Tarcísio também não leva em conta que a privatização da Eletrobras impôs ao país e ao bolso da população a contratação de térmicas inflexíveis sem estudos, que aumentaram ainda mais os valores da conta de luz. Sem falar na descotização dos empreendimentos da Eletrobras – mudança de regime de comercialização de energia pela empresa.
Antes da privatização, as usinas operavam em regime de cotas e vendiam energia a preços mais baixos. Após a descotização passaram a comercializar com base nos preços de mercado. Ou seja, em prol do lucro e não da prestação de serviço para garantir o acesso a esse bem essencial.
O que o diesel tem a ver com a alta da conta de luz?
Dados da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) indicam que a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) também impacta no valor da tarifa de energia, já que o modelo energético atual utilizado pelas termelétricas tem como base a oscilação dos preços dos combustíveis como óleo diesel.
O Sintaema segue em luta para conscientizar a população do estado de São Paulo sobre os riscos da privatização proposta por Tarcísio de Freitas. E prepara para 2023 uma jornada de lutas em defesa da água e do saneamento como bens públicos e direito humano para todos e todas.
Diga não à privatização!
Sabesp, patrimônio de São Paulo!
Com informações das agências