Home Destaque Audiência em Hortolândia reúne parlamentares da região que repudiam privatização da Sabesp

Audiência em Hortolândia reúne parlamentares da região que repudiam privatização da Sabesp

O Sintaema participou na quinta-feira (26) da audiência pública na cidade de Hortolândia para debater a privatização da Sabesp. O que se viu no encontro foi um protesto de diversos parlamentares da região contra o projeto do governador Tarcísio de Freitas. A atividade foi articulada pela Frente Parlamentar contra a privatização da Sabesp da Alesp e organizada em Hortolândia pela deputada Ana Perugini (PT).

O presidente do Sintaema, José Faggian, lembrou durante o seu pronunciamento que quando ingressou na Sabesp, em 1998, foi trabalhar na cidade de Hortolândia. “Um município de quase 200 mil habitantes tinha apenas 2% do seu esgoto coletado. A Sabesp chegou em 1997 e 10 anos depois a cidade já tinha 100% da coleta de esgoto”, enfatizou o dirigente.

Ele deu como exemplo o investimento feito pela Sabesp para trazer água para a ETA Boa Esperança. “A obra trazia uma adutora do rio jaguari passando por baixo da via anhanguera trazendo água pra ETA Boa Esperança. Foi uma obra que custou muitos milhões o que uma empresa privada jamais faria”, destacou Faggian.

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O presidente do Sintaema relembrou que, antes de a Sabesp chegar a Hortolândia, o setor privado assumiu o saneamento, mas não conseguiu tratar um sistema complexo como o do município. “As empresas privadas não deram conta. A água aqui não se podia usar nem pra lavar roupa. Os antigos devem lembrar disso. E a Sabesp por ser uma empresa pública pode fazer esse nível de investimento e trazer a qualidade do serviço que hoje nós temos no município de Hortolândia”, disse.

Ele completou afirmando que a Sabesp é lucrativa devolvendo anualmente aos cofres do Estado cerca de 450 milhões por ano. “Não há justificativa razoável para uma empresa que é patrimônio do Estado, bem avaliada e que presta serviços de excelência ser privatizada”.

Lava-jato da privatização

O secretário municipal de Serviços Urbanos de Hortolândia, Vicente Andreu, definiu a privatização da Sabesp como a Lava-Jato da privatização. “A privatização da Sabesp é um conjunto de irregularidades, ilegalidades desde a lei que dá origem a isso tudo chamada lei 14026”, afirmou Andreu, que foi da direção da Agência Nacional de Águas (ANA).

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“A Lava-Jato que, durante um período, parecia que construía a verdade no Brasil e depois nós verificamos que era a falsificação do processo jurídico. Na minha opinião, a privatização da Sabesp é a lava-jato das privatizações tamanha essas irregularidades”, reiterou o secretário.

Segundo ele, o prefeito Zezé Gomes se mostrou contrário à privatização. “A posição aqui no município ainda está em construção mas há um grande amadurecimento de não prorrogar contrato, que é o que quer o governo do Estado. Nessa proposta do governador não há nenhum benefício efetivo para a população de Hortolândia., se vier a aceitar as condições dessa armadilha, que está sendo montada em torno da privatização da Sabesp”, completou Andreu.

O vereador Eduardo Lippaus (PTB, de Hortolândia, também deixou seu repúdio à privatização. “Tenho certeza que vamos lutar até o fim pela Sabesp pública e que continue priorizando a vida e não o enriquecimento de poucos”.

Pressão nos deputados

A deputada Ana Perugini alertou aos presentes que a privatização da Sabesp não vai atingir apenas a cidade de Hortolândia mas toda a região que é atendida pelo Sistema Cantareira, que é gerido pela Sabesp.

Ela agradeceu a presença de vereadores e também de moradores dos municípios vizinhos. Estavam representados na audiência os municípios de Campinas, Paulínia, Piracicaba, Montemor, Sumaré, Americana, Vinhedo, Santa Bárbara do Oeste, Jaguariúna, Cosmópolis, Arthur Nogueira e Engenheiro Coelho.

A deputada ressaltou a importância de toda a população se engajar na luta para evitar que a Sabesp seja privatizada.

Os deputados Enio Tato (PT) e Emídio de Souza (PT) reforçaram o pedido de Ana Perugini. “É importante que cada um que saia dessa audiência cobre aquele deputado da região que está com medo da cobrança que a população vai fazer caso ele vote a favor da privatização”, disse Emídio. Para o deputado Ênio Tato, “agora é a hora de nos manifestarmos contra a privatização da Sabesp”.

Privatizou só piorou

A experiência de privatização do saneamento nas cidades de Sumaré e Limeira foram relatadas pelos vereadores Isabeli Carvalho (PT) e Ulisses Gomes (PT). “Lá, em Limeira, a água foi privatizada. O resultado são tarifas abusivas e qualidade da água duvidosa. De um mês para o outro as contas variam de 100 reais para 800 reais”, denunciou Isabeli.

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O vereador Ulisses disse que a população de Sumaré, que também é atendida pela BRK saneamento, vive o mesmo drama da cidade de limeira. “Nós sabemos o que uma empresa de água privatizada faz com a população. A cidade nem tem o direito de debater. Em Sumaré a água é mercadoria. Se privatizar a Sabesp, a população vai pagar caro”, alertou.

Confira AQUI audiência na íntegra: