O ano de 2022 também foi um ano de muita resistência para denunciar a péssima gestão das empreiteiras contratadas pela Sabesp. Ao longo de todo o ano, o Sindicato recebeu diversas denúncias dos trabalhadores e trabalhadoras sobre os abusos, a precarização, o risco de acidentes, atrasos dos salários e benefícios e o não pagamento do adicional de insalubridade, por exemplo.
“Três empresas tiveram maior destaque nas dezenas de denúncias que recebemos, a SS Forte [que decretou falência no início de dezembro], Globalcap e a KHS Prestadora de Serviços LTDA. Foram diversos os flagrantes que testemunhamos entre eles o não pagamento dos salários e seus benefícios, o não pagamento das horas extras, demissões sem fundamentação e, pior, que o trabalho está sendo realizado em condições insalubres, sem proteção e com o claro risco de morte”, lembra a direção do Sintaema.
Face a essas denúncias, o Sintaema irá acionar o Ministério Público e a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para cobrar providências da Sabesp e barrar essa grave sotuação.
Confira o vídeo-denúncia produzido pele Sintaema, no dia 15 de agosto, que revela a realidade de risco e precarização dos trabalhadores das empresas contratadas pela Sabesp:
Defesa da classe trabalhadora
Contra os abusos das empreiteiras contratadas pela Sabesp, no dia 9 de agosto, Sintaema, junto com seus delegados sindicais e os trabalhadores e trabalhadoras da Sabesp, realizou paralisação de 2h para exigir o pagamento dos salários e benefícios atrasados dos trabalhadores da limpeza da SS Forte. O ato ocorreu de forma simultânea nas unidades da Sabesp Itaquera, Lapa, Mooca, São Mateus e na UGR São Miguel.
“Nossa categoria e o Sindicato luta diuturnamente contra a precarização, pelo fortalecimento da empresa e por mais concursos. Por isso, os atos de hoje são em solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras de empreiteiras contratadas pela Sabesp e que, segundo relatos, há meses sofrem com o atraso dos salários e dos benefícios”, afirmou a direção do Sintaema.
Ação do Sindicato
Como resposta a essa realidade no dia 25 de agosto a direção do Sintaema se reuniu com o superintendente de Gestão de Pessoas da Sabesp, Nilton João dos Santos e exigiu providências seja na ampliação da fiscalização desses contratos, seja a aplicação de alguma forma de punição para as empresas que negligenciam os direitos dos trabalhadores.
Durante a reunião, os diretores do Sintaema apresentaram diversos relatos que refletem a situação violenta que essas empreiteiras impõem a esses trabalhadores.
“Temos relatos de trabalhadores que chegam a trabalhar 16h. Isso é ruim para a empresa e péssimo para esse trabalhador que está se exaurindo. A Sabesp precisa abrir concurso e precisa abrir em todas as áreas. Com o concurso público, esses trabalhadores que já conhecem o funcionamento da Sabesp poderão realizar esse trabalho tranquilidade e qualidade de vida, além do que desafogaria a sobrecarga como todo da empresa”, cobrou a direção.
Fiscalização e transparência
No dia 14 de dezembro, o Sintaema fez mais uma reunião com o CH da Sabesp e voltou a cobrar providências da empresa sobre os contratos com as empreiteiras contratadas pela Sabesp. A proposta do Sindicato é garantir maior fiscalização dos contratos firmados, sem falar da transparência no processo de celebração desses contratos.
Na oportunidade, a direção do Sintaema cobrou maior fiscalização das empreiteiras contratadas, não só da gestão desses contratos firmados, mas também sobre o tratamento dispensado por essas empresas aos trabalhadores e trabalhadoras.
“Já temos o caso da SS Forte que negligenciava os direitos dos trabalhadores (sucessivos atrasos dos salários e dos benefícios e perseguição dos funcionários), sem falar que no dia 8 de dezembro a SS Forte informou sua declaração de falência”, ressaltou a direção do Sindicato.
O Sintaema também informou que, ao final da reunião, ficou acertado que para garantir maior segurança e transparência em relação a esses contratos, ficou acordado que as Unidades de Negócio deverão promover encontros técnicos com os trabalhadores e as empresas contratadas.
“A ideia é que a Sabesp, a categoria e o Sintaema tenham mais informações sobre o controle e a segurança no ambiente de trabalho, sem falar na garantia do pagamento dos direitos e salários dos trabalhadores no dia. Não podemos mais admitir mais uma empresa fazer o que a SS Forte fez, um ataque aos direitos dos trabalhadores e a imagem da Sabesp”, destacou a direitos do Sindicato.
O Sintaema está junto na luta para garantir não só os direitos do sabespianos e sabespianas, mas do conjunto da classe trabalhadora que sofre que a terceirização e a privatização dos serviços públicos.
Em 2023 a luta seguirá firme!