Home Destaque Privatização da água em Ipatinga (MG) escancara desigualdade, exclusão e segregação

Privatização da água em Ipatinga (MG) escancara desigualdade, exclusão e segregação

Foto: Arquivo/Fenae

“O atual processo de privatização do saneamento público em Ipatinga (MG) é desastroso e escancara a desigualdade, exclusão e segregação. Ou seja, um projeto que irá prejudicar (e muito) a população”, alerta o diretor do Sindágua/MG, Lucas Tonaco, ao avaliar o cenário.

Confira o edital aberto para o processo de privatização!

Segundo ele, o desastre começa pelo óbvio – empresas privadas de saneamento, buscam como objeto primário, não o atendimento à população e sim o lucro. E denuncia um processo de segregação da população rural na região. “Estamos diante de um processo agressivo que exclui ‘clientes não desejados’. A redação da minuta do edital deixa claro como a população rural – que em Ipatinga é de aproximadamente 2.500 pessoas – simplesmente podem não ser atendidas devido a descrição da área de abrangência do serviço”, denuncia o dirigente.

O Sindágua/MG, também aponta o modelo açodado de debate para o processo na região. Segundo Tonaco, há uma série de erros ao longo do processo. “A ignorância da própria institucionalidade na ausência da participação dos próprios órgãos municipais específicos para a gestão; a falta de discussão sobre a prestação direta no Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB); há também a ausência de pareceres no próprio órgão municipal responsável por cuidar do processo; além do atropelo e falta de informação para o povo com relação a tais questões”.

Outros gravíssimos problemas no desastroso processo de privatização do saneamento de Ipatinga também são: ausência de critérios de atendimento ou prospecção sobre questões de impactos ambientais visando a observação e proteção a povos originários do Vale do Aço, ou mesmo de garantias de melhorias para o saneamento por quem presta o serviço de saneamento.

“Está claro que a tônica em Ipatinga será a mesma que jpa vimos em outras experiências de privatização tanto do setor de água como de energia: cortes dos salários; demissões em massa; ampla terceirização, quarteirização e quinteirização; alta rotatividade e baixa especialização. E, claro, o resultado será o completo caos para a população. Basta ver o exemplo da Enel em São Paulo”, aponta.

O cenário em Ipatinga (MG) deixa claro que o processo de privatização do saneamento tem como proposta garantir o sucesso apenas para a empresa privada que ganhar o processo, prestando um serviço mais caro do que o atual, mais excludente e que, potencialmente, trará prejuízo a toda a população de Ipatinga, em especial, para a mais vulnerável.

Com informações do Portal da FNU