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O meio ambiente e a luta do Sintaema em defesa dos trabalhadores (as) da Fundação Florestal

O ano de 2025 foi, para os trabalhadores e trabalhadoras da Fundação Florestal, um daqueles períodos que deixam marca. Entre salários defasados, insegurança nas unidades, falta de equipes e abandono de estruturas, quem trabalha na linha de frente da proteção ambiental teve de enfrentar desafios enormes. E em cada denúncia, cada mobilização e cada conquista, o Sintaema esteve presente, firme ao lado da categoria, defendendo a vida, o trabalho e o patrimônio ambiental paulista.

Confira a luta:
Fundação Florestal | Sintaema faz setorial e debate segurança e condições de trabalho

Valorização e concusos públicos, já!

Desde o início do ano, a luta foi puxada pelo essencial: concurso público já, porque não existe proteção ambiental séria sem efetivo. O sindicato bateu nessa tecla o ano inteiro, mostrando que é impossível cuidar de mais de 90 unidades de conservação com equipes reduzidas, com trabalhadores sozinhos por turno e sem condições mínimas de segurança.

Ao mesmo tempo, cobramos investimentos imediatos em equipamentos, em uniformes, em EPIs, em veículos, em rádios e em toda a estrutura necessária para que o trabalho seja feito com dignidade.

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Chega de insegurança!

A situação da segurança, então, foi uma das batalhas mais intensas. Recebemos relatos de unidades isoladas, sem vigilância, com risco de invasões, ataques de caçadores, presença de grupos criminosos e ausência total de monitoramento. Carros quebrados, bases abandonadas, trilhas e estruturas degradadas, frotas sucateadas — a realidade escancarou aquilo que a categoria já sabe há anos: sem investimento, o trabalhador fica exposto, e o meio ambiente também.

Por isso, o Sintaema denunciou publicamente essas condições, acionou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para denunciar a situação Fundação Florestal e fortalecer a lutar para adoção de medidas emergenciais. Também defendemos com força os guarda-parques, que seguem atuando em condições duríssimas, muitas vezes sem respaldo, sem equipes completas e sem garantia da própria integridade física.

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Mesmo diante desse cenário, a direção do Sintaema se empenhou para seguir em luta por valorização, melhores benefícios, manutenção das cláusulas sociais e avanço no debate de carreira. E mesmo com os limites impostos pelo governo, conseguimos barrar retrocessos e manter direitos fundamentais.

Abrimos, inclusive, o diálogo para uma discussão mais profunda sobre carreira — um dos pontos mais urgentes para organizar o futuro da Fundação Florestal. Valorização profissional significa reconhecer quem dedica a vida à defesa ambiental. Significa salário digno, condições seguras e estabilidade. Significa o contrário da precarização, da terceirização e da rotatividade que o governo tenta empurrar.

Ao longo do ano, o Sintaema enfrentou, com firmeza, o avanço das terceirizações em áreas estratégicas. Denunciamos a substituição de trabalhadores experientes por serviços precarizados, pressionamos para que a Fundação invista em equipes próprias e mostramos que a continuidade dos projetos ambientais depende de servidores qualificados, valorizados e protegidos. Nada substitui o trabalho técnico, o compromisso e o conhecimento acumulado das equipes da casa.

A defesa do patrimônio ambiental paulista também esteve no centro da luta. Visitamos unidades, denunciamos estruturas abandonadas, cobramos investimentos em conservação, defendemos a autonomia técnica das equipes, participamos de audiências públicas e conselhos. Enfrentamos tentativas de flexibilizar regras ambientais e projetos que favorecem interesses privados em detrimento do interesse público. O Sindicato reforçou o óbvio: proteger a natureza exige proteger quem trabalha nela.

A saúde e as condições de trabalho também exigiram atenção permanente. Casos de assédio, pressão indevida, jornadas extenuantes, falta de EPI e exposição a riscos foram acompanhados de perto pelo Sindicato. Exigimos melhorias nas bases e um programa permanente de saúde e segurança, porque nenhum trabalhador deve adoecer por falta de estrutura ou por descaso institucional.

Também fortalecemos a articulação política e institucional ao longo de todo o ano, dialogando com parlamentares, movimentos socioambientais, universidades e centrais sindicais. A presença organizada dos trabalhadores da Fundação Florestal nesses espaços ampliou a força da luta e deu mais visibilidade às pautas da categoria.

É assim, com muita resistência, coragem e unidade, que encerramos 2025. Um ano duro, mas também um ano em que a categoria mostrou que não aceita retrocessos, que não se cala diante do abandono e que segue determinada a construir uma Fundação Florestal forte, pública, estruturada e com trabalhadores valorizados.

E é com essa energia que entramos em 2026: prontos para avançar na carreira, garantir concurso público, conquistar condições dignas de trabalho, ampliar a segurança nas unidades e fortalecer a defesa do maior patrimônio ambiental do Estado.

Porque uma coisa é certa: quem protege a natureza merece ser protegido. E o Sintaema seguirá nessa luta, todos os dias, ao lado da categoria.