Em entrevista ao Portal G1, o presidente do Sintaema José Faggian fala sobre as causas que acarretaram na abertura da cratera na Marginal Tietê e destaca “imprudência, falta de perícia da empresa” contratada pelo governo João Doria.
A raiz do acidente está na distância entre a escavação do túnel da linha-6 e o equipamento da Sabesp, explicou Faggian. “A distância adequada entre o equipamento [tatuzão] e o interceptor [o supertúnel de esgoto] teria de ser duas vezes o tamanho do túnel onde estava o tatuzão. Como esse túnel tem 11 metros, o tatuzão teria de estar a 22 metros do túnel, no mínimo a 20 metros”, afirma.
E completou: “Só precisamos aguardar o laudo que será conclusivo, mas tudo indica que pelas próprias circunstâncias, realmente foi o tatuzão que causou o rompimento do supertúnel. E isso é imprudência, falta de perícia da empresa, ou até mesmo uma ordem do governo do estado para acelerar a obra, o que fez com que as medidas de contenção e segurança necessárias não fossem tomadas. Há 99% de chance de ter sido realmente o tatuzão que causou o incidente”.
Na oportunidade, Faggian lembra que não há registro de ocorrências de vazamentos ou rompimentos significativos em mais de 50 anos de obras que envolvam Metrô-SP e Sabesp.
Ainda na entrevista, Faggian relatou temer que os trabalhadores e a Sabesp sejam culpabilizados pelo incidente.
“O mais impressionante é o esforço do governo do estado de preservar o consórcio com a empresa privada que está fazendo a obra. A nossa grande preocupação é a de que a Sabesp não seja culpabilizada pelo acidente que é o que está dando entender que o governo quer fazer”, finalizou.