Pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) rebate dados das Prefeitura de São Paulo e revela que população em situação de rua na maior capital do país avançou são 42.240 pessoas vivendo nas ruas. Em todo o país, mais de 180 mil pessoas moram na rua.
O número da capital paulista é 30% superior ao do censo da população de rua da Prefeitura de São Paulo, que estimou a população em situação de rua em 32 mil pessoas na capital. O levantamento feito pelo POLOS/UFMG aponta que só em 2022, até maio, 5.039 pessoas foram viver nas ruas da capital paulista.
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Questionada sobre a diferença entre o censo divulgado, no começo do ano, e os dados do observatório da UFMG, a Prefeitura disse que o censo já tinha apontado um crescimento de 31% na população em situação de rua e que está concluindo uma licitação para aquisição de casa modulares, para atender as pessoas em situação de rua.
O estudo ainda apontou que 68% das pessoas em situação de rua são negras, 87% são homens e a maioria com idades entre 18 e 59 anos e com o ensino fundamental incompleto.
Ameaça de remoções e despejos
Paralelo a essa realidade, estudo realizado pela Campanha Despejo Zero revelam que houve um aumento de 655% no número de famílias ameaçadas de perder sua moradia desde o início da pandemia em março de 2020. Além disso, os dados revelam um aumento de 393% no número de famílias despejadas mesmo durante o período da crise sanitária.
O estudo indica que são mais de meio milhão de pessoas ameaçadas de despejo no Brasil atualmente, sendo que existem pelo menos 97.391 crianças e 95.113 idosos entre os ameaçados. São Paulo lidera o ranking de estados com mais famílias em risco de despejo: sendo na capital mais 40 mil e no estado mais de 6 mil.
Decisão do Supremo
Após forte pressão dos movimentos sociais e líderes religiosos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu pela prorrogação da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828, que suspende despejos no Brasil em área urbana ou rural enquanto perdurarem os efeitos da crise sanitária da Covid-19.
Barroso baseou sua decisão no cenário de aumento da pobreza, os números elevados de desemprego e da fome nos últimos anos, sem falar na tendência de alta nos casos de Covid-19 no Brasil no último mês.
Com essa decisão, mais de 42 mil famílias ameaçadas de despejo em São Paulo têm sua proteção garantida contra reintegrações de posse e desocupação de imóveis até 31 de outubro.
Com informações do Portal G1 e do R7