Nesta segunda-feira (13), o presidente do Sintaema, José Faggian, participou de um debate durante sessão ordinária na Câmara Municipal de Campinas. A intervenção do Sintaema naquela Casa foi um pedido do vereador Gustava Petta (PCdoB) para trazer ao plenário os prejuízos que a privatização da Sabesp pode causar.
“Esse debate é importantíssimo para tornar público que o saneamento tem uma interface direta com a saúde. A água é um direito humano reconhecido pela ONU e por isso temos a convicção que a água não pode ser tratada como mercadoria”, afirmou Faggian.
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O dirigente observou que o saneamento público tem sido alvo de desmonte, como o que ocorre com a Sabesp. “Um processo que vai na contramão do mundo já que a maioria das empresas que privatizaram o saneamento no mundo estão reestatizando porque as experiências fracassaram. É o caso de cidades como Paris, Berlim e Buenos Aires”.
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Faggian chamou a atenção que o Brasil é o segundo país no mundo que mais reestatiza. “Só perdemos pra França em número de reestatização. É um dado que pouca gente sabe”, informou.
O vereador Gustavo Petta (PCdoB) alertou que uma privatização da Sabesp poderá trazer uma repercussão nefasta para as empresas públicas de saneamento de diversas cidades, como é o caso da Sanasa, que é responsável pela prestação de serviços do saneamento em Campinas.
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“A Sanasa já foi alvo de tentativas de privatização e resistiu graças à luta do povo de Campinas, dos trabalhadores (as), dos partidos progressistas”, afirmou o vereador. Segundo ele, a Sanasa é rentável e atinge números expressivos do acesso ao saneamento. “Cobertura que se deve a uma empresa pública e as seus trabalhadores qualificados, que são um patrimônio”, completou Gustavo Petta.
Renan Roncolatto, do Sindae, que representa os trabalhadores que atuam na purificação da água e distribuição e tratamento de esgoto, citou a região rural conhecida como Solar das Andorinhas para mostrar o papel da empresa pública em comparação com as privadas.
“A Sanasa conseguiu recentemente estender a rede de água para essa região. Uma boa parte do investimento colocado ali nem se paga. Qual dessas empresas privadas vai assumir a responsabilidade de levar o saneamento para aqueles que mais precisam sabendo que não terão o retorno?”, questionou Renan.
Confira o debate na íntegra na Tv Câmara de Campinas
Fotos: Câmara Municipal de Campinas