A possibilidade de uma “nacionalização de emergência” da Thames Water, principal fornecedora de água da Grã-Bretanha, aponta para o fracasso da privatização da água naquela nação. Diante do contexto, sindicatos britânicos têm afirmado desde junho que as empresas de água devem ser devolvidas ao poder público.
As reestatizações de serviços públicos ao redor do mundo, incluindo os de distribuição de água, somam 1.609 desde o ano 2000 até 2023. Cidades como Paris e Berlim estão reestatizando o saneamento após o fracasso das privatizações. Em Portugal, a reestatização do fornecimento de água em Setúbal fez as tarifas caírem 20% em geral e 60% na tarifa social.
“O trágico cenário mundial é mais um motivo para o governador Tarcísio de Freitas desistir da privatização da Sabesp. É um projeto que vai na contramão do mundo. Será ruim para a população, para os trabalhadores (as), para o meio ambiente. Água é um direito não é mercadoria”, afirmou a direção do Sintaema.
Os sindicalistas britânicos denunciam que a privatização da água gerou bilhões em lucros para empresas e a contrapartida foi uma tragédia ambiental nos rios, que receberam esgoto bruto. Os trabalhadores (as) estão sem garantias das suas condições de trabalho e 40 anos após a privatização não ficou legado de investimento em infraestrutura e mão de obra.
“O Sintaema tem denunciado para a população esse roteiro que as privatizações têm provocado no setor de saneamento, água e esgoto. São 375 municípios atendidos pela Sabesp que garante o abastecimento de água para 30 milhões de paulistas. É um direito fundamental que deve estar no centro da política pública”. Completou a direção do Sintaema.