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Setembro Amarelo: saiba como funciona a rede de apoio psicossocial do SUS

Número de pessoas que cometem suicídio aumentou no Brasil segundo os dados mais recentes – © Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia indica que os casos de suicídio vêm aumentando no Brasil. O estudo aponta que o índice de pessoas jovens em sofrimento mental que chegam a esse extremo cresceu 6% entre 2011 e 2022. Na população em geral, a alta foi de 3% no mesmo período.  

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O problema não é restrito ao território nacional. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que quase um bilhão de pessoas vivem com algum transtorno mental no mundo. Cerca de 720 mil cometem suicídio todos os anos. A maior parte delas vive em países de baixo e médio desenvolvimento. A saúde mental está na lista das principais preocupações da população entre 15 e 29 anos de todo o mundo. 

O que diferencia o Brasil dessas nações é o acesso a tratamento na saúde pública, aberto a todos e todas gratuitamente. No Sistema Único de Saúde (SUS), a chamada rede de Atenção Psicossocial (Raps) atua de forma articulada, da porta de entrada até os casos mais complexos. 

Por onde começar?  

O atendimento inicial para pessoas em sofrimento mental que buscam tratamento no SUS é feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). São essas equipes que vão entender quais casos devem ser levados para a média e a alta complexidade.  

Ainda atenção primária, pacientes contam com a atuação do programa Saúde da Família, que por definição tem profissionais de base territorial, e das equipes multiprofissionais do projeto eMulti. Para moradores e moradoras de rua, especialmente usuários de drogas e álcool, a atenção primária também pode ser acessada nos Consultórios de Rua.  

É nessa fase do atendimento que ocorre o acolhimento, a prevenção de agravos e os diagnósticos. A depender do caso, o tratamento e a reabilitação podem ser feitos totalmente na atenção básica. 

A saúde mental também está inserida na lógica de atendimento dos pontos de atenção de urgências emergências, integrados pelo Samu, salas de estabilização, Unidades de Pronto Atendimento 24 horas e atenção domiciliar.  

E os casos mais graves? 

A partir do atendimento inicial, as equipes do SUS podem identificar casos que necessitam de cuidados mais complexos. Para essas situações, o sistema também tem uma rede de atenção interligada.  

Estratégicos para a saúde mental, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) realizam acompanhamento clínico psicossocial de diversos níveis. Há atendimento exclusivo para público específicos como crianças e adolescentes e usuários e usuárias de drogas e álcool.  

O Brasil tem hoje mais de 2,8 mil unidades dos Caps, divididas em diferentes modalidades, conforme o público atendido e a complexidade do cuidado. Eles estão localizados em 1.910 municípios.  

Já os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) são moradias inseridas na comunidade, destinadas a pessoas com transtornos mentais que passaram por longas internações psiquiátricas e não possuem suporte social e laços familiares. 

Nas chamadas Unidades de Acolhimento (UAs), pacientes encontram cuidados contínuos de saúde, com funcionamento 24 horas, em ambiente residencial, para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. 

Não esqueça! Se precisar, peça ajuda!

Para as pessoas que querem e precisam conversar, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, por meio do telefone: Disque 188, chat ou e-mail.

Fonte: Brasil de Fato