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Racismo estrutural | Mulheres negras recebem, em média, 46% menos do que homens brancos

Foto: Edson Lopes Jr./Fotos Públicas

O Sintaema se soma à luta das mulheres brasileiras por igualdade de gênero e salário, reafirmando seu compromisso histórico com a justiça social e a valorização do trabalho feminino.

A divulgação do 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em parceria com o Ministério das Mulheres, expõe uma realidade que ainda exige muita mobilização: as mulheres seguem recebendo 21,2% a menos que os homens, uma diferença média de R$ 1.049,67 nos salários pagos pelas empresas com 100 ou mais empregados.

A desigualdade é ainda mais grave quando se observa o recorte racial: mulheres negras recebem, em média, 46% menos do que homens brancos. Esses números mostram que, mesmo com avanços importantes — como a Lei da Igualdade Salarial, resultado direto da luta do movimento sindical e feminista — ainda há um longo caminho até que mulheres e homens recebam o mesmo salário pelo mesmo trabalho.

Durante a apresentação do relatório, o ministro Luiz Marinho destacou que o governo Lula tem priorizado o combate à desigualdade de gênero e salarial, mas alertou que é preciso enfrentar a cultura discriminatória e a precarização, impulsionadas pela pejotização e por um Congresso conservador que tenta frear direitos trabalhistas.

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, reforçou a necessidade de ampliar a mobilização social e sindical: “A lei existe e deve ser cumprida, mas é difícil mudar uma cultura que insiste em desvalorizar o trabalho das mulheres.”

O Sintaema lembra que a luta por igualdade salarial é também uma luta sindical, travada diariamente nas negociações coletivas, nas mesas de diálogo e nas mobilizações por direitos. O sindicato tem atuado para ampliar a participação feminina em espaços de decisão, garantir igualdade de oportunidades e fortalecer políticas de cuidado e de combate à discriminação.

A desigualdade de gênero no trabalho não é um problema individual — é um problema estrutural, que reflete o modelo econômico e social excludente que precisamos transformar. Garantir igualdade de salário e valorização para as mulheres é garantir dignidade, justiça e desenvolvimento para toda a classe trabalhadora.

Sintaema na luta: por igualdade, respeito e valorização das mulheres trabalhadoras.