Uma pesquisa realizada por cientistas americanos aponta que a genética pode explicar por que as pessoas solitárias têm uma saúde mais precária.
O estudo, realizado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e publicado na revista Genoma Biology, descobriu que genes ligados ao sistema imunológico e a inflamações dos tecidos podem ser mais ativos em pessoas isoladas socialmente.
Os cientistas analisaram 14 voluntários e avaliaram seu nível de interação social por meio de um sistema de pontos. Em seguida, examinaram a atividade genética presente nos glóbulos brancos dos participantes.
Ao avaliar os resultados, os estudiosos observaram que vários genes ligados à produção de inflamações foram mais ativos entre os voluntários “solitários”.
Os estudiosos ainda observaram que outros genes, considerados importantes na luta contra os vírus e relacionados à produção de anticorpos, foram, por sua vez, menos ativos entre os participantes isolados socialmente.
Qualidade das amizades para Steven Cole, líder da pesquisa, o estudo mostra como “o isolamento social pode causar um impacto biológico ao afetar alguns de nossos processos internos mais importantes”.
O médico destacou que as diferenças encontradas entre as cargas genéticas dos voluntários solitários e as dos não-solitários estavam ligadas somente “ao sentimento de isolamento que sentiam” e não a outros fatores, como idade, riqueza ou saúde.
De acordo com os pesquisadores, a qualidade, e não a quantidade das amizades é o que importa. “O que conta, em termos de expressão genética, não é quantas pessoas você conhece, mas a quantas delas nos sentimos realmente próximos”, disse Cole.
O pesquisador avalia que o levantamento do perfil genético feito pela pesquisa pode, no futuro, ajudar os médicos a refletir sobre a eficácia de terapias no tratamento de pessoas que sofrem de solidão.
Obs: Este artigo é de caráter informativo, não devendo ser substituído pela consulta médica.