O Departamento de Formação do Sintaema promoveu a live “Meio Ambiente e Conjuntura Política, com o ex- Deputado Constituinte e Secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás, professor Aldo Arantes.
Com muita propriedade e de forma bastante objetiva, o secretário abordou o agravamento da crise ambiental no governo Bolsonaro, juntamente com a crise brasileira no geral que já vinha acontecendo e que agora piorou.
O secretário explicou que há duas correntes de pensamento, a que defende o desenvolvimento predatório, e a que somente leva em conta o meio ambiente, sendo que o ideal é uma terceira linha, a do desenvolvimento sustentável, ou seja, meio ambiente e desenvolvimento juntos, inter-relacionados, para que possa haver a preservação ambiental e as questões econômicas mantidas em harmonia.
Perda da biodiversidade e as diversas crises
Conforme a análise de Arantes, os países mais ricos consomem mais e destroem mais os recursos naturais, e a perda da biodiversidade representa enorme prejuízo no equilíbrio ecológico. O Brasil detém 20% da biodiversidade mundial, e quando se fala da defesa da Amazônia estamos falando da defesa da biodiversidade, uma riqueza incomensurável.
Além disso, o Brasil tem o Aquífero Guarani e outros grandes mananciais de água, e mesmo assim existe a crise da água.
Arantes explicou as graves consequências com a privatização da água, na qual diversos países que retomaram o saneamento pela gestão pública porque, longe de resolver os problemas, a privatização os agravou, com as camadas mais pobres sem acesso à água e aos serviços de esgoto.
Também há a crise urbana, com o crescimento desordenado nas cidades, a poluição sonora, dos rios e córregos, do ar, e tudo isso gera a crise ambiental que está relacionada com o processo capitalista, a busca desenfreada pelo lucro devido ao excesso do uso dos recursos naturais de forma exploradora e predatória.
Passando a boiada
No Brasil nossa situação é crítica e o agravamento da crise ambiental se deu no governo Bolsonaro, que adota uma política ambiental criminosa, haja vista o aumento das queimadas e as invasões e destruição de terras indígenas, além da nítida defesa de garimpeiros, pecuaristas e madeireiros.
De acordo com o secretário, a crise atinge ainda o IBAMA e o ICMBio com a redução drástica de recursos orçamentários para esses órgãos. “Não podemos aceitar esta política negacionista do Bolsonaro ao meio ambiente”, frisou Arantes.
“Temos Salles, ministro do Meio Ambiente, conivente com o corte das madeiras, e depois disso ficou claro o possível envolvimento em toda a operação, do corte ao contrabando, conforme autorização do Supremo Tribunal Federal para a abertura de inquérito sobre o caso”
Outra péssima política para o meio ambiente foi a aprovação de um conjunto de atividades que não precisam mais do licenciamento ambiental. “Na prática, isso significa a passagem da boiada”, lamentou o secretário.
Os caminhos para deter as crises
De acordo com Aldo Arantes, é preciso construir um caminho para deter essa crise ambiental e reverter essa situação: a mobilizar o povo pelo impeachment do Bolsonaro e atrair os setores mais amplos da sociedade com a luta de idéias. Para Arantes, o isolamento do presidente vem crescendo e isso facilita a luta popular, principalmente pós-vacinação.
No campo das idéias, o professor Aldo informou de primeira mão o lançamento em breve do livro “Reconstruir a Democracia”, escrito por professores, advogados, neurocientistas, psicólogos e outros intelectuais como um instrumento para abrir a perspectiva para combater o inimigo, uma reflexão da luta política com a luta de idéias.
“Não basta derrotar Bolsonaro, mas também as idéias bolsonaristas, um processo de conscientização popular de que a solução ambiental tem a ver com a crise geral que estamos vivendo com o governo que temos”, finalizou.
Juntos na luta em defesa do Meio Ambiente, de seus trabalhadores e contra o negacionismo! Vacina pra todos!