A crise hídrica que atinge o distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá, não é um acaso, nem apenas um reflexo da estiagem. É o resultado direto da falta de planejamento da direção da Sabesp e da prioridade dada à privatização, em detrimento do atendimento à população.
Segundo publicação do jornal Folha de São Paulo, pelo menos 150 mil moradores estão sem água há cinco dias, dependendo de caminhões-pipa insuficientes, enquanto a empresa se limita a pedir desculpas e afirmar que “está ciente” da necessidade de melhorias. A solução? Fica sempre para depois, parte de um suposto compromisso, sem qualquer ação concreta no presente.
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Quem paga o preço dessa irresponsabilidade? Os trabalhadores e trabalhadoras da linha de frente da Sabesp, que lidam com o desespero da população sem o respaldo da empresa. São eles que enfrentam as queixas, buscam alternativas e tentam amenizar os impactos da ineficiência da gestão. Vale lembrar que, no último ano, a Sabesp demitiu cerca de 2 mil trabalhadores, sem qualquer projeto de recomposição do quadro operacional da empresa.
O Sintaema denuncia: essa crise não é um problema técnico, mas sim de projeto de gestão. Cerca de um ano depois, a privatização da Sabesp oferta à população desmonte e abandono, mas para os acionistas, seus lucros seis vezes maiores. “A água, que é um direito fundamental, se tornou refém de uma gestão voltada para o lucro, e não para as pessoas”, atesta a direção do Sintaema.
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É urgente que a empresa pare de empurrar a responsabilidade e apresente um plano imediato e estruturado para normalizar o abastecimento.
O povo de cidades como Guarujá e a capital de São Pailo, bem como os trabalhadores da Sabesp, merecem respeito e soluções concretas. Chega de descaso!