A privatização da Sabesp prometia eficiência e tarifas justas, mas a realidade, como sempre, foi outra. Enquanto moradores já sentem o peso de contas absurdas e enfrentam falhas no serviço por falta de investimento da Sabesp, um seleto grupo está rindo à toa: os executivos da companhia, que agora veem seus bolsos multiplicarem-se por seis!
Isso mesmo! Se antes a remuneração dos diretores e conselheiros da Sabesp girava em torno de R$ 10,6 milhões, agora, sob a administração privada, o montante máximo proposto para a assembleia de acionistas neste mês abril salta para R$ 65,7 milhões.
Veja como o dinheiro público virou presente para poucos:
- Conselho de Administração: R$ 13,98 milhões
- Diretoria: R$ 50,98 milhões
- Conselho Fiscal: R$ 750 mil
Nada mal para uma empresa que dizia que não entregava o que precisava e que foi vendida por um valor 44% abaixo do que realmente valia, não é? Sim.
Estudo encomendado pelo Sintaema revelou a jogada de Tarcísio de Freitas que entregou a Sabesp a um preço de R$ 72 por ação, quando o valor justo estimado era de R$ 103,90. Quem comprou? O Banco Opportunity, de Daniel Dantas, e a gestora norte-americana BlackRock. Só coincidência, claro.
Agora, com a empresa privatizada, o lucro líquido da Sabesp já atinge R$ 9,6 bilhões anuais. Mas não se engane: esse dinheiro não vai ser aplicado na melhoria do serviço e nem na valorização da categoria, ou mesmo será aplicado para reduzir tarifas. Ele serve para engordar os bônus dos novos donos e diretores, que agora recebem remuneração baseada em metas – que, adivinhe só, priorizam lucro, não qualidade ou acessibilidade.
Enquanto isso, Tarcísio comemora o “sucesso” da privatização e exalta sua “equipe técnica de primeira linha”. Para quem? Certamente não para os milhões de paulistas que dependem de um serviço essencial e agora pagarão mais para garantir que alguns poucos fiquem cada vez mais ricos.
Privatização da Sabesp: um grande negócio. Só não para você.
