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Faggian: 2022 sera um ano de luta por mudanças e reconquistas

2022 começou com muitas expectativas no campo político e social por parte dos movimentos sindical e social. Os primeiros quatros meses deste ano foram marcados por muitas lutas e desafios que cobram desses setores e de toda a população uma resposta urgente para uma mudança e o fim de uma realidade que invadiu milhares de lares e escancarou um cenário de caos, miséria, precarização e violência que tomaram conta do país desde 2016.

Nós do Sintaema sabemos que, na atual quadra, a luta será não só em defesa da água como bem de todos e do saneamento público e universal, mas também será por direitos para população, por emprego digno e pelo direito à vida. Por isso, a primeira atividade presencial do Sindicato após dois anos de pandemia – o Encontro de Delegados e Delegadas do Sintaema – teve como pauta não só as campanhas salariais em curso, mas também a conjuntura política e econômica e o peso da inflação para a população, com foco na explosão do preço da gasolina.

Não bastasse as ameaças de privatização geral do patrimônio nacional, que colocam em risco o emprego de milhares, hoje está muito difícil garantir a sobrevivência. E o que fazem as gestões João Doria e Jair Bolsonaro? Nada! Pelo contrário, apresentam projetos que beneficiam os bancos e as elites brasileiras, enquanto a maioria da população luta para garantir o gás de cozinha e a comida digna na mesa. Por isso, como foi nos últimos 47 anos, o Sintaema está firme na luta e sem perder de vista as questões que afetam o país.

E respondendo a essa escala de retirada de direitos e desalento, iniciamos 2022 com uma greve vitoriosa na CETESB, conseguimos os reajustes referentes aos anos de 2020 e 2021 e ingressamos com ação de cumprimento do pagamento dos retroativos referentes aos dissídios neste mesmo período. Também demos a largada nas campanhas salariais de 2022 na SABESP – que foi encerrada neste no dia 29 de abril com um bom acordo coletivo e avanços sociais importantes -, CETESB, SAEG Fundação Florestal e empresas privadas. Sem falar na luta contra a privatização da Sabesp – que tem recebido apoio de diversas Câmaras Municipais de todas as regiões do estado, parlamentares e Prefeituras. E mais, contra a boiada de Doria, o Sintaema realizou no dia 9 de abril ato contra a privatização do PETAR e segue firme em defesa do Parque e da Fundação Florestal.

Mas a luta não para por aí! Marcamos presença na Conclat, que aprovou uma agenda da Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat) em defesa do emprego, direitos, democracia e vida e pelo “Fora, Bolsonaro!”, pautas que serão reafirmadas no 1º de Maio e darão o tom da luta política na batalha eleitoral. E na defesa do saneamento público e universal, o Sintaema ocupou o Fórum Social das Resistências, em Porto Alegre, e realizou uma mesa de debates que reuniu diversas entidades do setor do saneamento e meio ambiente para debater a luta contra a privatização do saneamento, na qual aprovou a construção de uma carta que será entregue aos presidenciáveis.

Em Porto Alegre, apresentamos um balanço da luta e afirmamos que é sim possível fazer saneamento com o setor público e com qualidade e a Sabesp é a prova disso. Como terceira maior empresa de saneamento do mundo e a maior da América Latina, a Sabesp atende mais de 70% da população paulistana, com um serviço de qualidade e que é referenciado no mundo. E, lembremos, que 30% dos investimentos realizados no Brasil em saneamento no período de 2016 a 2020 – a cifra de R$ 21 bilhões – foram feitos pela Sabesp. Isso revela a força e a importância da nossa Sabesp. Por isso, a palavra de ordem no Sintaema é: não, não, não à privatização!

Em nossos 47 anos de luta sempre brigamos por melhorias para nossa categoria, mas igualmente lutamos por um projeto que tivesse por centro emprego, moradia e salários dignos para todos e todas. Então, não há dúvidas de que, em 2022, travaremos uma dupla luta: a primeira, pelos direitos e valorização da categoria, por uma Sabesp pública e defesa do meios ambiente e, a segunda, por um projeto que tenha por centro o fim da crise, a retomada da economia com distribuição de renda, a valorização do trabalho e que devolva a esperança ao nosso povo.

José Faggian
Presidente do Sintaema