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Uma reflexão sobre o Dia Mundial da Água

Em 22 de Março é comemorado o Dia Mundial da Água, uma data que deveria ser prestigiada pela importância vital desse elemento para a humanidade.

Porém, as estatísticas sobre o acesso à água não nos deixam comemorar, ao contrário, nos levam à reflexão do quanto esse bem natural ainda é caro e inatingível para muita gente: 35 milhões de brasileiros não têm água encanada e muitas comunidades de periferias tentam guardar água em tanques e caixas.

Novo Ranking do Saneamento Básico, do Instituto Trata Brasil, mostra que as melhores cidades em saneamento investem 4 vezes mais que as piores cidades no Brasil, e as que estão próximas da universalização da água e esgotos ainda investem quase 2,5 vezes mais por habitante que as cidades mais distantes em saneamento. O ranking do saneamento contempla as 100 maiores cidades, onde habitam 40% da população, e a base de dados é do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – ano base 2017.

É preciso reconhecer a água como um direito fundamental à vida, vista sob a ótica social, e não sob a ótica do capital, uma vez que ela é essencial para a sobrevivência humana, e a partir daí tratar o acesso à água e ao saneamento para todos como uma missão.

De forma acelerada, a água tem se tornado objeto de disputa pela iniciativa privada que vê nesse segmento um rio de dinheiro e está prestes a matar sua sede se o Projeto de Lei 4162/19, em trâmite no Senado, for aprovado.

O PL altera o marco legal do saneamento e permite a entrada escancarada das empresas privadas no setor. A luta contra as tentativas de privatização da água é antiga, e o Sintaema tem sido um grande ator nesta batalha em favor do saneamento público e universal, em especial na defesa pela Sabesp como empresa pública, a maior da America Latina e a 5ª maior do mundo, com um quadro funcional extremamente profissional e responsável em sua digna atribuição de levar saúde à população paulista.

Enquanto o Brasil quer privatizar, os países que tiveram essa experiência estão voltando para a estatização, e os motivos são: danos ambientais, sucateamento dos serviços e aumentos de tarifas, entre outros.

É fundamental a defesa do saneamento administrado pelo poder público ou a universalização dos serviços básicos será uma utopia, a iniciativa privada não faz nada se não for pela perspectiva do lucro.

Que neste dia da água possamos refletir do quanto nossos recursos hídricos precisam ser preservados, nossos cursos d’água despoluídos e exigir do poder público a destinação de mais verbas e investimentos no setor de saneamento para atingir a universalização.

Água é vida, não mercadoria!