Home Destaque Crise hídrica em São Paulo é resultado de um projeto de sociedade

Crise hídrica em São Paulo é resultado de um projeto de sociedade

O Sistema Cantareira fechou setembro com apenas 28% do volume útil, o pior índice para o mês desde 2015. A Sabesp, agora sob gestão privatista, já ampliou o período de entrega de água com pressão reduzida, medida que afeta diretamente as periferias e as famílias que mais precisam. Os sinais de uma nova crise hídrica estão acendendo todos os alertas — mas é preciso dizer com todas as letras: não é só culpa da estiagem ou das mudanças climáticas.

O problema é também político e estrutural.

É o resultado direto de um modelo de sociedade excludente e de um projeto de governo que coloca o lucro acima do direito à água. A gestão Tarcísio de Freitas, ao impor a privatização da Sabesp, fragiliza o planejamento hídrico, deixa em segundo plano investimentos em manutenção e proteção dos mananciais e entrega o bem mais precioso da população à lógica do mercado.

Enquanto especialistas alertam para o impacto das chuvas irregulares e o desmatamento sobre o abastecimento, o governo paulista corta políticas ambientais, desmonta estruturas públicas e empurra a conta para o povo. O resultado é previsível: reservatórios críticos, aumento de perdas por vazamentos e mais desigualdade no acesso à água.

A crise hídrica é também uma crise de gestão e de projeto de sociedade.

Não se supera a escassez entregando os serviços ao setor privado ou enfraquecendo as políticas públicas. O que São Paulo precisa é de um governo comprometido com a população e não com banqueiros, planejamento, preservação dos mananciais, recuperação dos rios urbanos e gestão pública comprometida com o direito humano à água.

O Sintaema reafirma: a água não é mercadoria. É um direito.
E só com uma Sabesp pública, forte e voltada ao interesse coletivo será possível enfrentar os desafios climáticos e garantir que a água continue chegando a todas as torneiras de São Paulo.

Com informações do Portal DW