O monitoramento de focos de queimada feito pela Nasa mostra que os dados do Inpe são consistentes quando apontam o aumento abrupto do desmatamento, segundo matéria da Folha de São Paulo de hoje (23).
Douglas Morton, chefe do Laboratório de Ciências Biosféricas do Centro Goddard de Voo Espacial da Nasa, foram vistos sinais de que o desmatamento está aumentando, e que é possível correlacionar os principais focos de calor detectados pelos satélites da Nasa ao corte raso de floresta na região, e não a outros tipos de atividade que implicam queimadas sem desmatamento, como limpeza de pastos, preparo de plantios ou queima de bagaços.
“Não existe uma quantidade de combustível suficientemente alta para gerar aquelas colunas de fumaça se aquilo for somente limpeza de pasto, por exemplo.”, disse o pesquisador.
Segundo a matéria, a nota da Nasa de que “a atividade total de fogo ao longo da Bacia Amazônica neste ano esteve perto da média em comparação aos últimos 15 anos” é correta porque inclui o ano de 2004, que infla a média por ter sido mais que o triplo do desmate anual típico dos últimos sete anos, porém, não pode ser usado “para negar uma tendência alta de aumento no desmate em 2019”.
De acordo com dados do Inpe, o Brasil já registra um aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado, com 72.843 focos de incêndio do início de janeiro até meados de agosto deste ano, conforme aponta a matéria.
Cientistas da ONG Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) assinam uma nota técnica que, entre outros, diz que “As chamas costumam seguir o rastro do desmatamento: quanto mais derrubada, maior o número de focos de calor.”
Pesquisadores e cientistas do Brasil e do mundo estão mostrando o que está acontecendo na Amazônia, resta ao ministro do meio Ambiente querer enxergar e tomar medidas urgentes antes que seja tarde.