No dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra, data que marca a resistência daqueles que travam a luta antirracista.
Nesse dia, em 1695, morreu Zumbi dos Palmares. Ao lado de Dandara, Zumbi liderou o maior Quilombo do período pré-colonial, construído por aqueles que fugiram da escravidão daquela época e decidiam lutar contra o genocídio da população negra naquela época.
Mesmo com a instituição da Lei Áurea – que definiu o “fim da escravidão” – a população escravizada seguiu sofrendo com uma espiral de violência e exclusão. Basta dizer que, 127 anos depois da chamada abolição, a população negra continua sendo a maioria dos pobres e minoria entre os ricos.
Para se ter uma ideia, estudo do Banco Mundial publicado nesta sexta (18), mostra que pretos e pardos no Brasil são cerca de 56% da população, mas possuem os menores índices de acesso à educação e ao mercado de trabalho. E mais, dados da Pnad mostram que mais de 60% dos trabalhadores manuais são negros. Quando o recorte é de gênero, as mulheres sofrem com as piores posições e salários.
No caso das mulheres negras, as desigualdades de raça e de gênero se sobrepõem, resultando nas maiores taxas de inatividade (47,3%) e de desemprego (8,9%).
A luta de Zumbi nos deixa um exemplo que deve ser seguido: que só com luta alcançamos mudanças e conquistas. Porém, há muito ainda que ser feito. O preconceito ainda possui forte relevo na sociedade. Dados do IBGE também confirmam a discrepância na relação negros e brancos: mais de 70% dos cargos gerenciais eram ocupados por brancos, e somente 29,9%, por pretos ou pardos.
Ainda segundo dados do IBGE, o analfabetismo tem a taxa de 3,9% entre pessoas brancas, e de 9,1% entre pretos e pardos.
Portanto, essa batalha centenária continua. Vamos manter viva a luta contra o racismo e toda forma de violência, vamos denunciá-la e vamos combate-la em todos os espaços e sociedades.
Viva Zumbi, Dandara, Ganga Zumba, Tereza de Benguela, Aqualtune, Antonieta de Barros, Cruz e Souza, Mãe Menininha, João Cândido, Juliano Moreira, Lima Barreto, Machado de Assis, Luiz Gama, Milton Santos e muitas outras personalidades que honraram o panteão da resistência e inspiram a luta antirracista.
O Sintaema está junto nesta luta contra toda e qualquer forma de discriminação e violência e pela garantia de respeito, dignidade e direitos para todos e todas.
Racismo, não!