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Estudo do governo de SP admite que privatização não garante redução da conta d,água

O governador Tarcísio de Freitas afirmou que a conta d, água vai diminuir com a privatização, mas não diz o quanto ficará mais barata a tarifa e nem por quanto tempo a suposta redução se manteria. O próprio estudo para a privatização, encomendado por ele, admite que a gestão privada não garantiria uma redução das atuais tarifas.

O Sintaema teve acesso ao estudo que recomendou a privatização e custou 45 milhões de reais aos cofres públicos sem passar por licitação. Na página 23 do primeiro relatório, o IFC, consultoria responsável pelo estudo, afirma: “por mais que a gestão privada seja eficiente com os investimentos e custos operacionais a serem realizados, isso somente não garantiria uma redução das atuais tarifas da Sabesp. em especial dado o robusto plano de investimentos para o próximo ano.”

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“A quem Tarcísio quer enganar? O mesmo estudo também afirma que para reduzir a tarifa de imediato poderia ser usada parte dos recursos recebidos com a venda da Sabesp. Essa hipótese foi recebida com ironia em uma sessão do TCM-SP. Um dos conselheiros disse que fazer o que o estudo sugere é o mesmo que vender a casa para pagar o aluguel”, alertou a direção do Sintaema.

O sindicato lembrou que o governo do Estado esconde da população que as tarifas da Sabesp estão entre as mais baixas do país. A empresa cumpre um papel social estratégico oferecendo políticas especiais para os segmentos mais pobres da população como a tarifa social e a tarifa vulnerável. O valor pago na tarifa social é de R$ 22,38. No caso da tarifa vulnerável, as famílias pagam R$ 17,06 na conta, dágua.

Se comparar a tarifa social de São Paulo com as tarifas de cidades que foram privatizadas, como Campo Grande e Manaus, o valor nessas duas cidades supera em 100% o valor que é praticado em São Paulo. Se considerar apenas Campo Grande, a tarifa social nesta cidade é 172,5% mais cara que a de São Paulo.

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“Se o governador quiser baixar a tarifa agora ele pode fazer isso basta estender o prazo de contrato entre a Sabesp e os municípios maiores. Não há nenhum impeditivo legal para isso. A verdade é que Tarcísio não quer reduzir tarifa. Ele quer oferecer uma empresa lucrativa e bem avaliada pelos municípios como a Sabesp para a iniciativa privada que vai colocar o lucro acima da saúde e da qualidade de vida do povo”, concluiu o Sintaema.