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Tarcísio volta a defender privatização; Sintaema aponta 5 falácias na fala do governador

O governo estadual de São Paulo voltou a falar à imprensa nesta segunda (31) sobre os supostos benefícios que São Paulo terá caso a Sabesp seja privatizada. Entre os pontos abordados por Tarcísio de Freitas estão a redução da tarifa e ganhos financeiros com o desmonte da empresa.

“As afirmações de Tarcísio com essa coletiva à imprensa e reforçar a sinalização para o capital financeiro internacional [os banqueiros]. O lucro com a Sabesp é na verdade o real motivo dessa investida pela privatização e estamos trabalhando duro para alertar a população sobre o que esconde as mentiras de Tarcísio”, alerta a direção do Sintaema ao comentar entrevista.

O Sintaema analisou 5 pontos das declarações do governador e explica para você como o discurso sedutor de Tarcísio de Freitas esconde um crime e violação de direitos contra o povo paulista:

1 – Tarcísio diz que a privatização vai baixar a tarifa. MENTIRA! 

Em nenhum momento da coletiva ele citou um exemplo de cidade, estado ou país que reduziu a tarifa de água após a privatização. 

O nosso vizinho Rio de Janeiro, por exemplo, privatizou em 2021 e de lá pra cá a população tem sido surpreendida com contas de água que chegam a casa dos R$ 8 mil.

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2 – Tarcísio diz que os estudos comprovam que a privatização irá manter a qualidade do serviço e garantirá a transparência no processo. MENTIRA! 

O governador esqueceu de dizer que, pelo mundo, as privatizações dos setores de água e energia só geraram precarização, ampliação da devastação do meio ambiente e a distribuição de uma água de baixa qualidade. Não por acaso que, entre 2000 a 2019, 312 cidades, em 37 países, reestatizaram seus serviços de tratamento de água e esgoto.

Entre eles, Alemanha, EUA, França, Bolívia, Argentina, Equador, Venezuela, Honduras e Jamaica. Isso tudo porque os governos desses países perceberam tarde que o objetivo da privatização era garantir o lucro das empresas privadas e não a execução desse serviço tão essencial.

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3 – Tarcísio falou em acelerar a universalização. Mais uma FALÁCIA do governador que não se deu ao trabalho de verificar o que já é feito pela Sabesp.

O governador esqueceu de dizer em sua fala que a Sabesp apresenta hoje índices significativos de cobertura nos municípios operados, alcançando: 98% com abastecimento de água; 90,7% de coleta de esgotos; e 85% de tratamento, indicadores que a colocam com uma das melhores empresas do Brasil no serviço prestado.

Ou seja, não há motivos para privatizar para se atingir os 100% da universalização, basta que o governador priorize a aplicação dos recursos que a Sabesp já possui neste objetivo.

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4 – Tarcísio fala que a privatização ampliará os investimentos. Mais uma FALÁCIA para garantir a destruição da terceira maior empresa de saneamento do mundo.

Neste ponto, o governador também esqueceu de mencionar os números que fazem da Sabesp a potência que ela é. Primeiro, já está na previsão da empresa investir R$ 26,2 bilhões para alcançar índices de cobertura de 99% para abastecimento de água e 95% para a coleta de esgotos.

Segundo, em 2022 a Sabesp computou lucro bruto de R$ 22 bilhões e R$ 3,1 bilhões líquido, se multiplicarmos pelos 10 anos destacados por Tarcísio isso significa a cifra bruta de R$ 220 bilhões e líquida de 31 bilhões. Recurso suficiente para universalizar os 375 municípios (70% da população paulista) e ampliar o atendimento para municípios que sofrem sem a qualidade e excelência ofertada pela Sabesp.

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5 – Tarcísio afirmou que a privatização vai gerar mais eficiência. MENTIRA!

Em um discurso empolado, Tarcísio deixou claro que o projeto de privatização prevê “a manutenção e a valorização dos quadros altamente qualificados e especializados” e nada falou sobre a abertura de concursos públicos. Além disso, Tarcísio afirmou durante a coletiva que a Sabesp tem um custo de 80% do seu orçamento com Folha de pagamento, MENTIRA. Atualmente, o investimento feito pela empresa e pessoal e atendimento à população é de 19,20%.

Sem cerimônia, Tarcísio deixa claro que não só entregará aos especuladores financeiros uma infraestrutura de ponta, que se firmou como uma referência no mundo para o setor de saneamento, ele também entregará todo o capital intelectual produzido em 50 anos de Sabesp, patrimônio do povo paulista, para que seja aproveitado ao bem prazer dos empresários e em prol de potencializar seus lucros.

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Água não é mercadoria!

Não é de hoje que o Sintaema alerta que a água será a riqueza em disputa neste século. E, sendo o Brasil um país rico neste recurso e tal como ocorre com a Amazônia, o capital internacional está de olho neste rico patrimônio. E Tarcísio representa os interesses desse capital internacional e não do povo paulista.

Lutar em defesa da Sabesp não é apenas lutar por um patrimônio. Por onde ocorreu a privatização gerou desalento e morte, pois a água é essencial para a vida e sem acesso de qualidade a esse direito as futuras gerações estarão em risco no próximo período.

Lute pela Sabesp pública!