Desde a inundação que assolou São Paulo no dia 8 de dezembro a ETE São Miguel não trata uma gota sequer de esgotos porque foram danificados os equipamentos, máquinas, bombas e painéis dos sistemas isolados da região interligada a ETE São Miguel. O auditório local, além de várias áreas administrativas foram igualmente atingidas. Os equipamentos de interceptação e bombeamento ficam fora das dependências da ETE e estão instalados nas partes mais baixas dos bairros atingidos, e sem esses equipamentos não é possível retirar os esgotos dessas áreas garantindo que cheguem por bombeamento para serem tratados. O não funcionamento da ETE e das bombas externas explica em parte o motivo de alguns bairros continuarem alagados com puro esgoto bruto e não com água das enchentes do rio Tietê, pois as águas já haviam baixado dois dias após a enchente. O Sintaema esteve no local e constatou que as explicações da Sabesp não procedem, pois segundo informações de funcionários da Sabesp, até o dia 14 nenhum gerente de departamento ou superintendente havia aparecido no local ou prestado qualquer tipo de apoio aos próprios funcionários desalojados de seus locais de trabalho. Os trabalhadores salvaram o que foi possível, mas prejuízos nessa ETE já acontecem de outros tempos. Há um forno peletizador de lodo que custou milhões de reais, entrou em pré-operação, apresentou defeito e daí em diante jamais funcionou. Segundo informações, a empreiteira “responsável” pelo forno não existe mais e ninguém do alto escalão da empresa foi responsabilizado por isso ou tomou qualquer providência. Também existe um gasômetro e vários outros tantos equipamentos sem manutenção tornando-se obsoletos, desperdiçando dinheiro público e causando os transtornos já mencionados. Sempre que um trabalhador questiona o assunto as chefias desconversam. Será que a população sabe que a ETE custou mais de R$ 1 bilhão e foi construída numa área alagadiça absurdamente no mesmo nível do Jardim Pantanal? Será que a ETE será removida junto com as famílias do Jardim pantanal para a criação do famigerado parque linear? Por que será que mesmo com rios de dinheiro do projeto Tietê, não se optou por implantar um sistema de comunicação entre as quatro represas e por isso as duas represas do Alto Tietê estavam abertas enquanto as duas de São Paulo estavam fechadas do dia 8 ao dia 10? Será que a população sabe que o Governo Serra prefere alagar áreas onde moram pessoas do que alagar a marginal Tietê? Será que a população sabe que os esgotos não bombeados no Jardim Romano, Jardim Helena, Vila Itaim, Vila Aymoré, Jardim Pantanal e tantos outros por incompetência da prefeitura e da Sabesp, esta última que ainda por cima vem demitindo trabalhadores, inclusive os de grande experiência, como os aposentados? Por que a Sabesp ao invés de ter planos de demissão e outras mazelas não tem um plano emergencial para situações como essa? E a falta de equipamentos de reserva, serão cobrados na próxima tarifa de água? E quem pagará esse prejuízo todo que a população atingida teve? A Sabesp deve mesmo é deixar de hipocrisia e vir a público assumir a verdade, a população está cansada de sofrer. Esta é a Sabesp eficiente e que diz ter respeito pela vida que o governo do Estado tanto propagandeia? Chega de evasivas! queremos ação! Onde estão as respostas? Este é o Governo Serra que se diz trabalhando por você!