Desde o início de novembro até hoje temos assistido a uma investida do governo Serra contra os trabalhadores da CETESB e da Sabesp, com demissões intempestivas e que fazem parte de uma política de desestruturação em curso, tanto o Meio Ambiente quanto do saneamento. No caso da Cetesb, a justificativa das demissões no início era de que estavam se desfazendo daqueles trabalhadores que se encontravam à disposição na Secretaria do Meio Ambiente e que segundo a direção, não se adaptariam à “Nova CETESB ”, ou seja, demitiram sem sequer dar a esses a oportunidade de ao menos tentarem uma experiência, mesmo que fosse por um período curto. Agora, além dessas demissões, a CETESB, mais especificamente a diretoria L, está demitindo trabalhadores da linha de frente, ou seja, aqueles que trabalham diretamente no controle, sem que seja dada qualquer explicação aos mesmos. Esses trabalhadores foram bem avaliados em novembro, e os gerentes que os estão demitindo falam abertamente que estão cumprindo ordens da diretoria e não sabem o motivo das demissões. Já na diretoria eles informam que foi uma decisão gerencial, tanto por parte do gerente da agência como do departamento. Conclusão: é um bate-cabeça onde ninguém quer assumir a responsabilidade por esse desmonte, já que as áreas da Companhia estão com um número de trabalhadores muito aquém do necessário. Por que então promovem esse corte desmedido, diminuindo ainda mais o contingente? É de se desconfiar qual o real interesse do governo Serra em promover um sucateamento no sistema de Meio Ambiente nunca antes visto na história desse Estado. Conforme solicitado pelo Sintaema, o deputado estadual Hamilton Pereira (PT) requereu na Alesp a criação de uma subcomissão na Comissão de Defesa do Meio Ambiente para tratar desse processo de demissões na CETESB. Terceirização A direção da CETESB em reunião de diretoria anunciou ao CRF que pretende terceirizar o atendimento ao público das agências. O governo Serra, não contente em privatizar tudo o que vê pela frente, agora resolveu terceirizar atividades fins da maior empresa de Meio Ambiente do Brasil. Com a desculpa de uniformizar este procedimento, está em estudo a contratação de mão de obra de terceiros. Esse atendimento hoje não é padronizado, ou seja, cada agência trabalha de uma maneira própria, e isso ocorre porque a diretoria nunca se empenhou em resolver realmente este problema, talvez justamente para precarizar e depois terceirizar, prática esta muito comum dos gestores das administrações dos governos do PSDB. A direção da CETESB acha que contratando terceiros, treinando-os, e inclusive permitindo que estes trabalhadores tenham acesso a informações confidenciais das empresas, o problema está resolvido. Se os dirigentes da empresa ouvissem e respeitassem mais o corpo técnico da casa constatariam que eles têm sugestões eficazes para resolver este e vários outros problemas. O Sintaema continuará atento e usará de todos os recursos, tanto políticos como jurídicos, para impedir mais essa investida contra o Meio Ambiente, contra os trabalhadores e contra a população paulista.