Em uma operação conjunta de fiscalização do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Previdência e Polícia Federal, no município de Guariba, no interior paulista, no dia 8 de julho, foram encontrados 17 homens e uma mulher em situação de trabalho escravo.
Além de condições degradantes, nenhum trabalhador teve registro em carteira, nem recebeu equipamentos de proteção individual (EPIs) ou ferramentas para trabalhar. Os alojamentos onde foram instalados tinham um forte odor e sujeira, não possuía fornecimento de água e eles dormiam em colchões no chão. Os trabalhadores tambpem sofriam com a falta de comida, o MPT informou que nos alojamentos só foram encontrados um pouco de arroz, farinha, orelha e pé de porco para comer.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, os trabalhadores eram em sua maioria vindos do estado Maranhão e prestavam serviços em dois sítios arrendados por uma empresa do mesmo grupo (Usina Nova Era). Além do MPT, participaram da ação o Ministério do Trabalho e Previdência e Polícia Federal.
Guariba, palco de greve histórica em 1984
Localizada a 50 quilômetros de Ribeirão Preto, a cidade de Guariba foi palco de uma paralisação que se tornaria emblemática, conhecida como “greve dos boias-frias”, em maio de 1984. O nome é referência às refeições dos trabalhadores, que já estariam frias na hora da refeição.
O movimento se espalhou pela região, e sofreu repressão policial, que resultou em 30 feridos e um morto. Mas se tornou marcante pela mobilização por direitos, no período de redemocratização do país, que naquele ano completava duas décadas de ditadura.
Com informações do Ministério Público do Trabalho