Trabalhadores (as) da Sabesp, Metrô e CPTM iniciaram nesta terça-feira (7), na sede do Sintaema, a contagem dos votos do plebiscito popular que consultou a população sobre o projeto de privatização dos serviços essenciais no estado de São Paulo.
Foram dois meses em que o Sintaema, o sindicato dos metroviários e os sindicatos dos ferroviários de São Paulo e Central do Brasil trouxeram a público, através do plebiscito, os prejuízos que uma privatização do saneamento e dos transportes poderá acarretar para a população do estado.
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Desde a segunda-feira (6), o Sintaema vem recebendo urnas de todos os bairros e de diversos municípios de São Paulo confirmando o êxito da iniciativa. No processo, os sindicatos das três categorias contaram com a parceria de movimentos sindicais e sociais, que se envolveram no plebiscito fazendo as urnas percorrerem muitos quilômetros para entender o sentimento da população em relação às privatizações.
“Houve uma grande mobilização social, tanto dos partidos progressistas, do movimento social, do movimento sindical e nós estamos aqui com o resultado que deve ser um eloquente não do povo de São Paulo contra o processo de privatização dos serviços essenciais”, afirmou o presidente do Sintaema José Faggian.
“Nesse momento tivemos um exemplo concreto de como funciona a privatização de um serviço essencial, que é o blecaute que aconteceu em São Paulo. Milhares de pessoas ficaram sem energia por mais de três dias e a empresa privada que é responsável pelo serviço, que foi privatizado, não conseguiu dar uma resposta que a sociedade exigia e necessitava”, completou Faggian.
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“O governador está preocupado com o que pensa a maioria da opinião pública. O plebiscito foi uma forma de ganhar a opinião pública. Nos permitiu fazer um debate com milhões de pessoas”, avaliou Camila Lisboa, presidenta do sindicato dos metroviários.
O presidente do sindicato dos Ferroviários Central do Brasil, Múcio Alexandre, afirmou que o plebiscito surpreendeu positivamente. “Houve muito empenho das centrais, da população, dos movimentos sociais e sindicais levando as urnas e as listagens para jogos de futebol, condomínios, igrejas e feiras”, observou Múcio Alexandre.
Eluiz, presidente do sindicato dos Ferroviários de São Paulo, lembrou que os trabalhadores desafiaram o governo de Tarcísio de Freitas a fazer esse plebiscito. “Como ele não fez, nós assumimos esse papel e hoje vamos demonstrar para o governo que o povo não quer a privatização nem da Sabesp, nem do Metrô e nem da CPTM”, completou o dirigente ferroviário.
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De acordo com o presidente da CTB São Paulo, Rene Vicente, o plebiscito foi a oportunidade que os trabalhadores (as) tiveram de colocar em pauta os impactos que o projeto privatista trará para a população.
“São milhares de votos coletados dialogando com a população e mostrando que o povo vai ser prejudicado. Agora temos que reunir forças para montarmos um grande ato em frente a Alesp no dia 16”.
O resultado do plebiscito será divulgado nos próximos dias e será entregue aos deputados estaduais, na Alesp, no dia 16 de novembro, juntamente com a lista dos votantes do plebiscito.
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Nesta mesma data, será realizada na Casa, a audiência pública para debater o Projeto de Lei que autoriza a privatização. Estarão presentes representantes do governo do Estado. Os trabalhadores da Sabesp, Metrô e CPTM estão mobilizados para comparecer à atividade e realizar um grande protesto em repúdio ao projeto de Tarcísio.
Confira imagens da apuração do plebiscito