Marco da retomada das atividades presenciais na sede do Sintaema, o Encontro de Delegados e Delegadas Sindicais, que ocorreu na manhã desta terça (19), direcionou seu debate não só sobre a luta do Sindicato nas campanhas salariais de 2022, mas também apresentou ampla reflexão sobre o peso dos combustíveis para a classe trabalhadora, as gestões privatistas de João Doria e Jair Bolsonaro, o avanço da miséria no Brasil, a escalada de ataques contra os direitos da sociais e trabalhistas e o que está em jogo nas eleições deste ano.
Durante sua fala, o presidente do Sintaema José Faggian destacou a retomada das atividades presenciais no Sindicato, fez balanço da luta no último período e das campanhas salariais em curso.
“Iniciamos 2022 com uma greve vitoriosa na CETESB, conseguimos os reajustes referentes aos anos de 2020 e 2021, mas ainda faltam dos retroativos e estamos firmes nessa pauta. Também já demos a largada nas campanhas salariais de 2022 na SABESP, CETESB, SANED, Fundação Florestal e empresas privadas. Sem falar na luta contra a privatização da Sabesp – que tem recebido apoio de diversas Câmaras Municipais de todas as regiões do estado, parlamentares e Prefeituras – e a defesa do PETAR”, resumiu Faggian ao destacar a jornada de lutas do Sintaema nos primeiros meses de 2022.
Ele também lembrou que, além da luta em defesa dos direitos da categoria, o Sintaema nunca perdeu de vista as lutas gerais do país e também está atuando para reforçar um movimento de mudança de rumo para o Brasil.
“Basta um olhar atento pelas ruas da cidade – seja aqui em São Paulo ou em qualquer outra cidade – para testemunhar o abandono, desalento e desesperança que vive nosso povo. Em nossos 47 anos de luta sempre brigamos por melhoria para nossa categoria, mas igualmente lutamos por um projeto que tivesse por centro emprego, moradia e salários dignos para todos e todas. E, em 2022, confirmamos essa luta. Chega da destruição de direitos e do nosso patrimônio, chega de fila do osso, chega desemprego”, afirmou Faggian ao destacar que o Sindicato trava uma dupla luta em 2022: a primeira, por valorização dos direitos da categoria e garantia da Sabesp pública e, outra, por um projeto que tenha por centro a retomada da economia com distribuição de renda e valorização do trabalho.
Para explicar como a alta da gasolina impacta na vida da classe trabalhadora, a direção do Sintaema convidou a diretora do Sindipetro-RN e diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Fátima Maria Oliveira Viana, a Fafá Viana. Durante sua fala, a dirigente destacou como a política liderada por Jair Bolsonaro tem sido brutal para o país, a população e, no debate em questão, para a cadeia de petróleo e gás nacional.
Fafá Viana lembrou que a luta em curso não é apenas por uma política de governo que reverta o desastre que se instalou no país, ela é sobretudo por um projeto de nação. “A lista de ataques é longa. Bolsonaro paralisou as refinarias; adotou uma política de precificação dos combustíveis, com paridade de importação; alterou a legislação de partilha, com a desnacionalização de parte do Pré-sal; vendeu diversos ativos, reduzindo o tamanho e a presença da Petrobras, sem falar da venda da Liquigás, a Br Distribuidora; paralisou as fábricas de fertilizantes; entre muitos outros ataques”, enumerou Fafá, ao explicar o que esconde a explosão do preço da gasolina.
O deputado Orlando Silva, que também participou do Encontroe, complementou o debate falando sobre a luta que tem travado em Brasília e a importância de unir forças para derrotar Jair Bolsonaro – governo afundado em corrupção -, e de pavimentar o caminho para um projeto que defenda o patrimônio público, a soberania e os serviços públicos.
“Muito importante o Sintaema debater o impacto da alta dos combustíveis. Um fator que reflete diretamente na economia e pesa no bolso da população, sobretudo para a população mais vulnerável. E um Encontro como esse só confirma a combatividade do Sindicato em defesa não só dos direitos da categoria, mas da construção de um Brasil com menos desigualdade e com mais direitos para nosso povo”, destacou.
Ao destacar a luta em 2022, Orlando reforçou “o desafio de eleger um projeto que reverta o cenário de crise, fortaleça os serviços estatais e proteja a Sabesp, terceira maior empresa de saneamento do mundo”. E emendou: “Precisamos ficar alertas para a máquina de desinformação que irá atuar nas eleições deste ano e que vai vir com força para manter esse projeto de desgoverno e de desmonte liderado por Jair Bolsonaro. Unidade e resistência serão fundamentais!”.
Um voz para a classe trabalhadora
Renê Vicente, presidente da CTB São Paulo e pré-candidato a deputado estadual em 2022, lembrou que um passo fundamental nesta luta apontada pelo Sintaema é ampliar o número de trabalhadores e trabalhadoras nas Casas Legislativas.
“Não podemos perder de vista que a nossa luta é por direitos, mas é também por projeto de sociedade. Chega do Brasil do rentismo e dos bilionários, queremos um Brasil de inclusão, sem fome, com emprego e moradia dignos. E essa mudança só se dará com muita unidade sobre que projeto queremos e quem melhor poderá representá-lo. Precisamos eleger candidatos e candidatas comprometidos com a nossas bandeiras. Se somos contra a privatização do Saneamento, da Petrobras, da Eletrobras, então o projeto pelo qual devemos lutar tem que ter por centro o bem-estar da população, a reconstrução dos direitos e contra esse cenário de terror que tomou conta do país”, finalizou Vicente.
Fotos: Sintaema/Eduardo Metroviche