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Seis experiências de privatização do saneamento que comprovam a falência do serviço pela iniciativa privada

    Foto: Reprodução/ Paco Baca.

O principal argumento dos que apoiam a privatização é que as contas de água e energia ficariam mais baratas, que o serviço seria prestado de forma mais eficiente e que as cidades atingiriam rapidamente a universalização.

Mas a realidade de quem vive com o sistema de saneamento privatizado é outra. Água de péssima qualidade, torneira seca, contas muito mais caras, péssimo serviço de atendimento, exclusão dos mais vulneráveis, entre muitos outros problemas.

Afinal, uma empresa privada só irá investir em saneamento SE A REGIÃO A SER ATENDIDA DER LUCRO. Seis experiências no Brasil comprovam essa afirmação:

Pará de Minas

Com a privatização as contas de água tiveram aumento de 15%. E mais, as contas para as camadas vulneráveis são explicitamente mais altas, chegando a serem até o dobro. Em Pará de Minas são cerca de 3500 famílias aptas a política de tarifa social, portanto, as contas não são mais baratas.
E não para por aí! Com a privatização, a população passou a sofre com a diminuição da qualidade da água. E a empresa já foi notificada pro fornecer água com a cor estranha, escura ou leitosa.

Ouro Preto

Ouro Preto (MG) é um caso exemplar do péssimo negócio com a privatização da água. Em 2022, a população da cidade se organizou contra as tarifas absurdas praticadas pela Saneouro, que há época variavam de R$300 a R$1.400.

Para se ter uma ideia, antes da privatização, a população pagava uma taxa de água de aproximadamente R$ 27 por mês. Após a privatização, 10m³ de água, para a tarifa residencial, passaram a corresponder a R$ 79,88: um reajuste de quase 200%”.

Manaus

Um outro exemplo evidenciado em vários artigos do fracasso das privatizações, é Manaus.  “´Águas de Manaus’ produz cidadãos de segunda classe”, “Para os cidadãos de 1ª classe, a concessionária dispõe todos os serviços. É uma classe pouco numerosa, que vive nos melhores bairros da cidade. Esse grupo tem rendimento suficiente para arcar com o pagamento das tarifas, por mais espoliativas que elas sejam. Essa classe tem o privilégio de usufruir até dos serviços de esgotamento sanitário. De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS 2021), somente 25% de Manaus ostenta essa regalia”.
O trecho acima é de artigo publicado no ONDAS, “As contradições da privatização do saneamento em Manaus”, de Sandoval Alves Rocha. Nele, o autor constata a absurda precarização do saneamento de Manaus.

Rio de Janeiro

Já no Rio de Janeiro, a privatização da CEDAE elevou tarifa e não cumpriu promessa de universalização, gerando um choque de realidade, que promoveu demissões, fez um caos social e novamente aumentou as tarifas, conforme artigo da Rede Brasil Atual. No Rio de Janeiro, uma reportagem da CBN, também apurou que donos de bares e restaurantes denunciam aumento de até 800% na conta de água.

Mato Grosso

No Mato Grosso, a privatização foi analisada em um artigo publicado no ONDAS por  Lázaro de Godoy Neto, “Águas Guariroba: lucro bilionário, tarifa mais cara do País e executivos com salários milionários”. O resultado mais uma vez foi aumento das tarifas, gerando a tarifa mais cara do país, lucros altíssimos e salários de executivos com valores milionários.

Alagoas

Em Alagoas, a privatização teve resultados muitos ruins. Em artigo publicado pela Agência Senado, afirma que o senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) que“o governo do estado recebeu os recursos, na conta do estado, e se apropriou desses recursos, fazendo a destinação de uma forma equivocada. Também ouvimos os populares. Alagoas escolheu um modelo de outorga completamente inadequado à nossa realidade, pois se preferiu o maior preço e se ignorou a menor tarifa. Ocorre que logo em seguida houve aumento da tarifa, seguido da piora da prestação do serviço”.

Com informações da coluna no Brasil de Fato “Saneamento é básico”