
As falas de dirigentes da Sabesp privatizada deixam evidente a lógica que hoje domina a empresa: transformar a água — bem essencial à vida — em mercadoria. A gestão privada tenta justificar os problemas de abastecimento e a escassez hídrica apenas como resultado de fatores climáticos, enquanto, na prática, reorganiza a companhia para atender aos interesses dos acionistas, e não da população.
Em vez de ampliar investimentos e garantir segurança hídrica para milhões de paulistas, a Sabesp privatizada normaliza a ideia de que a água pode faltar e de que a população deve se acostumar a pagar caro por um serviço precário. É a lógica de tratar o saneamento como negócio, não como direito.
O Sintaema denuncia com firmeza essa visão mercantilista. O Estado não pode se eximir de sua responsabilidade de garantir água e esgoto tratado para todos, sobretudo nas regiões onde a lucratividade é menor, mas onde a necessidade do serviço é ainda maior.
“É um absurdo ver a Sabesp anunciar lucros estratosféricos, posar como empresa eficiente e, na cena seguinte, demitir trabalhadores e trabalhadoras sob o falso argumento de baixa produtividade”, alerta a direção do Sindicato.
O Sindicato também alerta para a mudança do regime de chuvas a queda de sua captação para uso, o volume do rios e o situação desses rios hoje.
A direção do Sintaema lembra que com as mudanças climáticas estamos vendo uma queda do volume de chuvas e isso exige ação tática de curto, médio e longo prazo. Vale lembrar que a água que hoje abastece São Paulo e a região metropolitana vem de longe, pois os rios ao redor da capital estão todos poluídos.
“Gestar acesso à água passa, de forma urgente, pelo tratamento de rios hoje poluídos, pensar na água de (re)uso, e em formas mais eficientes de captação. Os problemas de agora não se resolvem reduzindo pressão e cortando acesso, se resolvem com projeto consequente e que tenha por centro a garantia de acesso universal à água”, defende a direção do Sindicato.
Gestão Noturna
Outro ponto grave é o modelo de gestão que vem sendo implantado, a chamada “gestão noturna”, que na prática significa fechar a torneira da população. “Uma medida que ignora as desigualdades sociais: desligar a água no Jardins não gera impacto, mas em bairros vulneráveis, como Marsilac, transforma-se em um verdadeiro transtorno”, denuncia a direção.
Nossa luta vem de longe. Junto com os trabalhadores e trabalhadoras, o Sintaema sempre esteve na linha de frente contra a privatização, que prioriza dividendos em vez de pessoas. Seguiremos firmes na defesa do saneamento como direito universal, pela valorização da categoria e por uma Sabesp voltada ao interesse coletivo e ao desenvolvimento social.
Água não é mercadoria. Água é vida. E o Sintaema vai continuar lutando para que ela seja garantida a todos e todas.