A face mais cruel da Sabesp privatizada começa a aparecer. A empresa publicou, em maio de 2025, uma normativa determinando que a negociação de contas atrasadas só pode ser feita via cartão de crédito.
Em Monte Mor (SP), a medida se traduziu em verdadeiro desespero para a população. Segundo denúncia do reponsável do Procon daquela cidade, a Sabesp está cobrando contas de 2020 e 2021, em plena pandemia, com valores que chegam a R$ 22 mil.
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Agora, a Sabesp privatizada quer ressuscitar essas dívidas da pandemia, explorando justamente quem mais sofreu naquele período.
As famílias mais vulneráveis são as mais atingidas. Muitas sequer possuem cartão de crédito, não têm condições de pagar valores tão abusivos e, principalmente, consideram inadmissível serem cobradas por débitos acumulados em um dos momentos mais difíceis da história recente. O resultado é dramático: famílias inteiras ameaçadas de ficar sem acesso à água, um direito humano universal.
“Temos relatos de famílias, com crianças pequenas sem água há mais de uma semana. Isso é cruel”, denuncia a direção do Sindicato.
Além disso, cresce a revolta com o atendimento da empresa, que funciona, segundo os relatos, para não atender a população.
O Sintaema tem denunciado com firmeza a política de violação de direitos que a nova gestão da Sabesp vem aplicando. Fica cada vez mais evidente que, para o governo Tarcísio de Freitas, a Equatorial e a Faria Lima, só terá acesso à água quem puder pagar.
“Essa lógica perversa viola o direito universal à água e ao saneamento de qualidade, coloca vidas em risco, amplia a possibilidade de contaminações e epidemias e revela que o verdadeiro objetivo da privatização não é atender o povo de São Paulo, mas atender à sanha do lucro”, reforça o Sintaema.
O caso de Monte Mor mostra o que já alertávamos: a Sabesp privatizada não tem compromisso com a população.
O Sintaema seguirá em luta, denunciando cada ataque e defendendo o direito do povo à água e ao saneamento público, de qualidade e acessível a todos e todas.