Nesta quinta (2), sindicatos e movimentos populares protestam contra a privatização da Sabesp, a Empresa de Saneamento e Abastecimento de Água de São Paulo na porta da Câmara Municipal de São Paulo.
A privatização Sabesp já foi aprovada pelos deputados estaduais, na Alesp, e sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas, autor da proposta, no final do ano passado. Mas, para ser concretizada, precisa também ser validada pelos municípios.
Para falar sobre o tema, o Central do Brasil entrevistou José Faggian, presidente do Sintaema, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
“Uma das coisas que a Câmara Municipal tem feito para desviar desse assunto é dizer que a privatização já está autorizada [pela Alesp]. Na verdade, a Câmara Municipal de São Paulo é quem vai decidir, na prática, pela privatização ou não da Sabesp. A arrecadação do município de São Paulo é quase 50%, então nenhum investidor privado vai querer comprar Sabesp sem o município de São Paulo estar no negócio”, explica Faggian.
Em caso de privatização da Sabesp, a situação dos trabalhadores pode ser fortemente impactada, a exemplo do que ocorreu com a Enel, que sofre de falta de mão de obra. Por conta da preparação para o processo de privatização, a Sabesp já está há bastante tempo sem concurso público, e passou de 24 mil trabalhadores para 10 mil até o final desse ano.
“A gente também passa por um processo interno de reestruturação em que os trabalhadores estão sendo bastante penalizados. Mas eu gostaria de ressaltar que o principal penalizado nesse processo, com a dificuldade em ter o atendimento e a piora no serviço quando privatizar, é a população. O principal prejudicado nesse processo todo, sem sombra de dúvida, será o povo da cidade e do estado de São Paulo”, pontua Faggian.
Confira a entrevista completa: