A informação foi publicada na Declaração que o Relator Especial da ONU para os direitos humanos à água e esgotamento sanitário, Pedro Arrojo, professor da professor da Universidade de Zaragoza e relator Especial da ONU, após visita ao Peru, no final de 2022.
Segundo o documento, o envenenamento criminoso das águas atinge milhões de peruanos e impactará as gerações futuras, especialmente nos povos indígenas e camponeses.
Dados fornecidos pelo Ministério da Saúde daquele país indicam que mais de 10 milhões de peruanos, representando 31,15% da população, ingerem substâncias tóxicas, como metais pesados, com a água que recebem.
O estudo também verificou que tanto as descargas diretas, quanto a falta de fiscalização e manutenção de fossas negras e fossas sépticas, e a ineficiência das estações de tratamento existentes, geram altos níveis de contaminação orgânica e biológica com graves efeitos na saúde pública, especialmente nas áreas rurais.
Mineração
A poluição das águas doces tem origem principalmente nas atividades minerárias e de exploração de petróleo. O conflito com a mineração, a discriminação no atendimento da população rural e indígena, o elevadíssimo preço pago por água de baixa qualidade nos bairros populares que não são atendidos por sistemas públicos de distribuição são alguns das violações aos direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário que, presentes no Peru, também se destacam na realidade do Brasil.
O relatório final sobre a situação no Peru será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em sua 54ª sessão, em setembro de 2023.
Fonte: Ondas