Mesmo com medidas que reduziram um pouco o preço da gasolina, pesquisa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra a inflação dos alimentos atingiu 14,72% no acumulado de 12 meses até o mês de julho.
O estudo ainda revela que a diferença entre a inflação dos 10% mais ricos e dos 10% mais pobres da população brasileira aumentou em julho, foi o que mostrou o estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo os dados apurados, a diferença chegou a 0,69%, maior índice desde dezembro de 2020 (0,81%).
Ao analisar esse cenário, os pesquisadores do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) destacam como um fator potencializador deste cenário a falta de políticas públicas que incidam no combate à fome e ao desalento que tomou conta do país.
Segundo o DIEESE, a situação que o país atravessa hoje carece de ações de Estado focadas na retomada da economia, com geração de emprego e com valorização da renda da grande maioria da população.
Leite, um dos vilões da inflação
Outro levantamento do DIEESE, em parceria com o Procon-SP, mostra que somente na cidade de São Paulo, de junho para julho, o valor médio do litro de leite UHT saltou 24,8%, chegando em média a R$ 6,79.
Segundo o DIEESE, além da ausência de políticas que ajudem a atravessar a entressafra, a estiagem também impacta na produção e, consequentemente, no preço. Nos estados da região sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, muitos agricultores chegaram a perder 100% da lavoura de milho, utilizada no complemento da ração para os animais da produção leiteira.
Outro fator é o custo dos medicamentos e alimentação, como são importados, seu custo está lastreado pelo valor do dólar, sem falar no reflexo dos altos preços do commodities e a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Com informações das agências