Home Destaque Inflação cai, mas alimentos ainda pesam no bolso do trabalhador

Inflação cai, mas alimentos ainda pesam no bolso do trabalhador

Imagem: Getty Images.

27Dados do Índice de Preços aos Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a inflação no mês de março será menor que em fevereiro. Em março deste ano, o IPCA-15 ficou em 0,36%. Em fevereiro, ele havia fechado em 0,78%. Em março do ano passado, ele foi de 0,69%.

Mesmo com a queda da inflação, 5 itens irão pesar no bolso do trabalhador. Puxaram esse resultado as altas da cebola (16,64%), do ovo de galinha (6,24%), das frutas (5,81%) e do leite longa vida (3,66%).

Inflação nos transportes

O grupo transportes teve aceleração de 0,43%, influenciado principalmente pelo aumento de 2,39% no preço da gasolina. Sendo o produto com maior peso na cesta de consumo dos brasileiros, a gasolina acabou representando também o maior impacto individual na prévia inflacionária de março, respondendo por 0,12 ponto percentual do índice.

Em relação a outros combustíveis, houve alta no preço do etanol (4,27%), enquanto o gás veicular (-2,07%) e o óleo diesel (-0,15%) registraram queda.

Queda na produção

Entre os motivos para a alta está na produção.  Hoje, a área plantada de alimentos básicos no país vem caindo para dar lugar às monoculturas, principalmente à soja. O resultado disso é que acaba faltando comida.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a área ocupada por lavouras de soja no Brasil deve atingir, em 2033, 55 milhões de hectares – cerca de 85% a mais do que ocupava em 2013. Nesse mesmo período, a área dedicada à plantação de arroz e feijão cairá 61% e passará a somar 2,2 milhões de hectares.

Estoques reguladores

Um outro importante motivo é o abandono dos estoques reguladores, um mecanismo do governo que funciona para controlar altas em períodos críticos. 

Esses estoques são  compostos por alimentos comprados pelo governo na baixa de preços para que sejam liberados ao mercado quando os preços sobem. No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) essa política foi extinta. Não por acaso, em 2022, último ano de sua gestão, os alimentos aumentaram 11,64%, mais que o dobro da inflação oficial (5,79%).

De olho no controle da alta de alimentos, o governo Lula prometeu restabelecer os estoques visando um controle de preços. Em junho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou sua primeira compra de alimentos em seis anos.

Com informações do Portal Brasil de Fato