Pesquisa Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil (Vigisan) divulgada nesta quarta (8) aponta que o número de pessoas em insegurança alimentar grave no Brasil — passando fome— quase duplicou em menos de dois anos.
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Segundo os dados, 33,1 milhões (15,5% da população) passam fome no Brasil. Em 2020, quando foi realizada a primeira pesquisa deste tipo, eram 19 milhões de pessoas com fome no Brasil (9,1% da população.
A preocupação com o acesso a alimentos atinge maiores parcelas da população no Norte (71,6%) e no Nordeste (68%). Em números absolutos, o Nordeste registra mais pessoas com fome: são 12 milhões em situação de insegurança alimentar grave.
Negros e rurais são os mais afetados
A pesquisa ainda mostra que mais da metade da população brasileira – 125,2 milhões (58,7%) – sofre com a insegurança alimentar. Esse cenário aparece mais no campo, onde 60% dos domicílios relataram algum tipo de dificuldade — 18,6% com insegurança alimentar grave.
As famílias negras e chefiadas por mulheres também sofrem com a situação:
– 65% dos domicílios comandados por pessoas pretas e pardas convivem com restrição de alimentos em qualquer nível.
– 63% dos lares com responsáveis mulheres apresentaram algum patamar de insegurança alimentar.
Insegurança hídrica
Uma modalidade também avaliada pela pesquisa é as pessoas afetadas pela insegurança hídrica – 12% dos brasileiros. Ou seja, casas com dificuldades no abastecimento de água.
Os pesquisadores identificaram a coexistência entre a Insegurança Alimentar e a Insegurança Hídrica. Daqueles domicílios brasileiros com Insegurança Hídrica, 42,0% também estavam em situação de Insegurança Alimentar grave, ou seja, conviviam com a sede e a fome.
