Nosso país passou, nos últimos meses, por um processo eleitoral como poucos vistos ao longo da história da nossa jovem e tumultuada República, que tem alternado períodos de normalidade “democrática” com ditaduras militares de direita.
Com mais de 60 milhões de votos, maior votação até hoje obtida por um candidato à Presidência no Brasil, e apesar dos crimes eleitorais e uso indevido da máquina pública para a compra de votos, realizados por seu adversário às vésperas das eleições, Luiz Inácio Lula da Silva, candidato representante de uma frente ampla, composta por concepções políticas ligadas às forças progressistas e de esquerda, foi eleito pela terceira vez presidente.
A vitória de Lula foi importante para o país e para a democracia, porém seu governo se desenvolverá em um “ecossistema” bastante adverso. O Senado Nacional foi “brindado” com a eleição de figuras deploráveis como a ex-ministra Damares e o ex-juiz parcial Sergio Moro. O Bolsonarismo elegeu ainda governadores em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Na Câmara Federal o caráter reacionário e de extrema direita foi reafirmado e consolidado com, por exemplo, o aumento de 25% da bancada da bala.
Para aumentar ainda mais os desafios para o novo presidente, existem graves problemas no orçamento para o próximo ano. Ao se abrir o orçamento federal para 2023 verificou-se que os recursos para o Bolsa família, Farmácia Popular, Minha Casa Minha Vida e outros programas sociais, previstos estavam muito abaixo do necessário para suprir a demanda, o que obrigou a equipe de transição buscar alternativas para realocar recursos e garantir a continuidade desses programas, honrando assim os compromissos assumidos durante a campanha.
Em São Paulo saímos da “frigideira e caímos no fogo”! Alimentamos por alguns meses a esperança de, depois de 32 anos, derrotar os Tucanos e eleger um governo mais progressista, mais comprometido com o povo de São Paulo e menos com o grande capital. Infelizmente o povo paulista, principalmente nos municípios do interior, reafirmou todo seu conservadorismo e elegeu um forasteiro, um “soldado bolsonarista”. Tarcísio de Freitas não tem nenhum compromisso com o povo de São Paulo e, depois da derrota de Bolsonaro, deve fazer do nosso estado o KG do bolsonarismo nacional, transferindo para cá todo seu gabinete.
Durante a campanha eleitoral, o Sintaema travou o bom combate. Junto com outras entidades irmãs, conseguiu trazer para o centro do debate eleitoral os temas do meio ambiente, do Saneamento e da privatização da Sabesp. E ajudamos a elaborar e a divulgar documentos para a promoção do amplo debate com a sociedade e com as lideranças sobre o que está em jogo. Nas semanas finais da campanha “cravejamos” todo estado com movimentos e atos de rua, sendo o principal deles na Sabesp da Ponte Pequena, que reuniu mais de 2 mil trabalhadores. Toda nossa movimentação fez com que, o então candidato, Tarcísio fizesse uma inflexão no seu discurso assumindo que poderia rever sua posição de privatização da Sabesp, neste sentido nossa luta foi fundamental e plainou terreno para o próximo período.
Companheiros (as) do Saneamento e do Meio Ambiente, se no âmbito federal se abrem perspectivas melhores – e a participação de Lula na COP27 é um indício desses novos tempos – em São Paulo o campo de batalha se torna ainda mais adverso! Vamos ter que redobrar nossos esforços, teremos que ter mais habilidade e apostar muito na nossa capacidade de organização e mobilização, além de aglutinar forças democráticas que possam construir junto conosco um projeto que mantenha no estado de São Paulo o meio ambiente saudável e o saneamento de qualidade, tarefas impossíveis sem o protagonismo da CETESB, da Sabesp e da Fundação Florestal.
Até a vitória!!
Vamos juntos. Unidade e muita Luta!!