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Deco Nascimento, escritor e compositor, fala do samba como arena de resistência ao racismo

Em entrevista ao Portal do Sintaema, o escritor e trabalhador da Sabesp, Deco Nascimento, fala sobre a cultura como vetor de combate ao racismo e a toda forma de violência.

Ao ser questionado sobre como vê o papel da cultura no processo de construção da sociedade, ele afirma que “a cultura é, e sempre será, a representatividade territorial no qual se faz vivências. Os acúmulos de outras vivências permitem liberdade de expressão”, afirmou.

Samba é resistência

Deco, que também é compositor de samba enredo e faz parte da Escola de Samba Camisa Verde, desde 1991, também destacou o papel do samba no processo de luta contra as desigualdades e o racismo.

“O samba sempre foi um lugar de diversidade. Não por acaso as escolas tradicionais são chamadas de terreiros. Existe uma formação parecida com a escola e o terreiro. Por ser de transformação social o Samba sempre foi um lugar de acolhimento, de diversidade, de respeito. E sempre foi um local contra qualquer forma de racismo”, afirmou o escritor.

Impacto da tecnologia

Ao destacar o impacto da reestruturação tecnológica e como isso pode contribuir para o avanço social, Deco afirma que com o advento das redes sociais, a comunicação ganha outro alcance. E em função disto, muitos estão produzindo conteúdo.

“Passamos por um processo eleitoral norteado pelas falsas notícias. Porém não podemos descartar essa ferramenta. Pois hoje os jovens usam, por exemplo, para se preparar para o Enem e divulgar a produção das periferias”, externou.

O escritor

Ao falar sobre como iniciou sua vida de escritor, Deco Nascimento lembrou que tudo começou por conta do seu irmão mais velho. “Ele escrevia, eu também comecei. Porém, em 2020, dando uma entrevista falei que era escritor e não tinha um livro publicado. Aí em dois meses fiz um ebook de poesias”.

Deco Nascimento é autor de dois livros. “Diálogos”, publicado em março de 2020, reflete sobre a origem africana do autor e traz as histórias não contadas dos povos Africanos. “O livro destaca a importância da educação como agente de transformação e conhecimento. Destaca que a primeira universidade do mundo foi construída na África e até Hoje funciona. E ressalta a importância das mulheres na transformação do mundo”, explicou o autor.

Já com o seu mais recente livro – “Princesa Sophia: a princesa do Céu Caminho do mar”  -, Deco estreia na literatura infantojuvenil, ao narrar a fábula da princesa Sophia, que recebe da rainha Nzinga, a missão de ensinar a cultura dos povos africanos e afrodescendentes às crianças.

Para comprar os livros do autor, basta entrar em contato com ederaldo_deco@yahoo.com.br.