Home Notícias “O agronegócio é uma bomba relógio”, diz pesquisador em debate do Sintaema

“O agronegócio é uma bomba relógio”, diz pesquisador em debate do Sintaema

Compondo a programação que marcou o Dia Mundial da Água, a direção do Sintaema realizou debate com a participação do arquiteto, urbanista e doutor em Ciências Renato Tagnin.

Durante abertura do debate,  José Faggian, presidente do Sintaema, falou sobre a importância de aprofundar a reflexão sobre a ameaça de mercantilização da água, o entendimento da água como um bem para a humanidade e alertou sobre o projeto (PL 495/201) do senador Tasso Jereissati (PSDB/CE) que pretende instituir o mercado da água.

“O Dia Mundial da Água é uma das datas mais importantes para nosso setor e neste momento atravessamos um cenário muito difícil no país, seja pela crise econômica que o Brasil enfrenta, seja pela crise sanitária que ainda não foi vencida. E para piorar temos uma grave ameaça da água ser transformada em mercadoria.  Um projeto nefasto e contra o qual o Sintaema lutará até que seja enterrado”, avisou Faggian.

A água e seu espaço

Durante sua apresentação, Renato Tagnin levantou diversos aspectos que impactam na manutenção das fontes de água no mundo, entre eles, a devastação do meio ambiente, o agronegócio e a ocupação humana dos territórios de forma desordenada.

“Quando olhamos a partir da evolução histórica percebemos como a ocupação humana explodiu e transformou a superfície da terra. É um fator comprobatório é o mapa da vegetação, a cobertura hoje é visivelmente menor que há 8 mil anos. E isso reflete em cheio na conservação de nossas fontes de água e em nossa vida”, explicou o pesquisador.

Tagnin também falou sobre os impactos nocivos do agronegócio para a água no planeta e a vegetação. “É uma bomba relógio. Esse agro, que muitos chamam de pop, é escravocrata e devastador para nosso meio ambiente. Para termos uma ideia, se o agronegócio fosse um país, ele seria o oitavo poluidor do planeta, com emissões brutas de gases de 1,6 bilhão de toneladas – superando o Japão (1,3 bilhão)”, alertou.

Confira a íntegra da palestra: