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Crise hídrica em São Paulo: população paga o preço da insegurança da Sabesp privatizada

Os números não deixam dúvidas: o estado de São Paulo vive novamente o risco de uma crise hídrica. Em agosto, o volume de chuvas no Sistema Produtor Alto Tietê (Spat) despencou 60,65% em relação ao mesmo período do ano passado — apenas 14,4 mm de chuva contra 36,6 mm em 2024.

Lembrando que a média histórica para o mês é de 30 mm, o que significa que em 2025 choveu 52% menos do que o esperado. O resultado já aparece no nível dos reservatórios: em julho, o volume armazenado caiu para o menor índice desde 2015, quando o estado enfrentou a pior crise hídrica da história recente.

Naquele período, moradores da Região Metropolitana chegaram a enfrentar falta de água periódica. Hoje, a situação se agrava porque a Sabesp, privatizada, já reduziu equipes, desmontou áreas técnicas e deixou de priorizar investimentos de longo prazo em segurança hídrica, apostando apenas na lógica do lucro rápido.

Enquanto isso, bairros da periferia e cidades do interior já convivem com interrupções no fornecimento, água suja nas torneiras e contas abusivas. Não é apenas a falta de chuva: é o resultado direto da política de desmonte e privatização da Sabesp, que viola direitos, fragiliza a gestão da água em um cenário cada vez mais instável de mudanças climáticas.

O Sintaema alerta: a insegurança hídrica em São Paulo é consequência de um modelo que coloca o lucro acima do direito ao acesso universal à água. Em vez de proteger a população, a privatização aumenta o risco de crise e penaliza justamente quem mais precisa.

Água é direito, não mercadoria.