A piora dos serviços da Copel, no Paraná, não é um acidente — é parte de uma estratégia. Desde a privatização da companhia, a empresa vem cortando empregos, precarizando o trabalho e reduzindo investimentos para maximizar lucros e dividendos aos acionistas. O resultado? Piora na qualidade do atendimento, aumento de acidentes e explosão de ações trabalhistas.
Em 2016, quando a Copel ainda era majoritariamente estatal, era considerada a melhor distribuidora de energia da América Latina. Naquele período, apenas 40% da força de trabalho era terceirizada. Hoje, após a privatização e a implantação do chamado “mindset privado” – gestão focada no lucro -, os terceirizados representam mais de 65% da mão de obra, e a empresa despencou para o 29º lugar entre 31 distribuidoras avaliadas pela Aneel.
Quem ganhou com a privatização?
Enquanto trabalhadores e trabalhadoras são demitidos e sobrecarregados, a alta direção da Copel viu seus salários dispararem. A remuneração da diretoria aumentou 429% em um ano, e o presidente da empresa pode receber até R$ 382 mil por mês.
Já os trabalhadores que ficaram tiveram reajuste apenas pela inflação, sem qualquer ganho real, e ainda enfrentam a retirada de benefícios históricos.
Essa é a lógica da privatização: transformar serviços públicos essenciais em fonte de lucro para poucos, às custas da precarização, da piora no atendimento e da destruição de direitos trabalhistas.
O caso da Copel se soma ao que São Paulo vive hoje com a dupla do caos Sabesp/Enel. Com o avanço da agenda de mercantilização do saneamento e da energia, a população paga o pato com contas abusivas, cortes inesperados, falhas que causam prejuízo para a economia e para o bolso do trabalhador.
A experiência mostra que empresas públicas fortes, com trabalhadores e trabalhadoras valorizados e gestão transparente, oferecem mais qualidade, segurança e acesso universal.
O saneamento e a energia são direitos do povo — não mercadorias. Privatizar é entregar o futuro.