Desde junho, a Sabesp passou a cobrar tarifa de esgoto de imóveis que sequer têm coleta. Moradores e comerciantes em todo o estado estão sendo obrigados a pagar R$ 37,96 por mês (residenciais) e R$ 76,60 (comerciais) por um serviço inexistente.
A empresa tenta se amparar numa lei de 2007 — mas o que ela não diz é que em quase duas décadas a Sabesp pública nunca teve coragem de aplicar essa cobrança injusta, porque entendia algo básico: o papel de uma empresa de saneamento é servir à população, não explorá-la.
Essa medida absurda, implementada logo após a privatização conduzida por Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixa claro qual é a nova lógica da companhia: não poupar esforços para garantir o lucro da Faria Lima — mesmo que isso signifique cobrar por um serviço que não existe.
A Sabesp pública foi referência mundial em tecnologia, pesquisa e universalização do saneamento. Já a Sabesp privatizada virou símbolo do desmonte e da ganância — uma empresa que abandona ETAs e ETEs, demite milhares de trabalhadores, precariza o atendimento e cobra por um serviço não prestado, tudo em nome do dinheiro.
Nos balanços trimestrais, o caráter “social” exercido em mais de 50 anos dá lugar à “rentabilidade”. E enquanto os acionistas comemoram, o povo paga a conta — literalmente.
Essa é a face da privatização: a água virou negócio, o esgoto virou cobrança e o direito virou mercadoria.
O Sintaema segue na luta em defesa do acesso ao saneamento e do cuidado da população, sobretudo a que mais precisa.