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Mudanças climáticas aprofundam crise no Cinturão Verde de SP

Foto – Fellipe Abreu/Agência Pública

Responsável pelo fornecimento de 70% das hortaliças consumidas no município de São Paulo e de 30% de tudo o que é produzido no estado, de acordo com o relatório “Cinturão+Verde”, da Fundação Getulio Vargas (FGV), o chamado Cinturão verde sofre com as mudanças climáticas. O calor escaldante e chuvas escassas provocaram perda de safras, isso não só gerou desemprego no campo, como fizeram os preços dos alimentos disparar apontando para o risco de desabastecimento.

De acordo com reportagem da A Pública, além do clima, os pequenos produtores – a grande maioria da agricultura familiar – também destacaram que a ausência de investimentos e de políticas públicas voltadas para enfrentar esse tipo de situação também amplia a crise e pressiona muitos produtores a abandonarem o campo.

Levantamento da FGV indica que cerca de dois terços dos estabelecimentos produtivos do Cinturão Verde são de agricultura familiar e estima que sejam, ao todo, 5 mil propriedades: 85% delas têm no máximo 20 hectares, mas empregam 75% da mão de obra e são responsáveis por 60% do valor bruto de produção — um faturamento anual superior a R$ 430 milhões.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, popularmente conhecida como Ceagesp, principal distribuidora de alimentos de São Paulo (movimenta 280 mil toneladas por mês), registrou queda de 27 toneladas de hortaliças oriundas de Mogi das Cruzes, entre os meses de maio e junho de 2021, início da onda de frio.

Para se ter uma ideia, a Ceagesp indicou que alguns dos produtos dobraram de preço no último período. É o caso engradado da alface lisa que subiu de R$ 14,18 para R$ 26,39 em 20 dias; e da alface-crespa, de R$ 13,57 para R$ 22,89.

Desemprego no campo

No livro Serviços Ecossistêmicos e bem estar humano na reserva da Biosfera do Cinturão Verde da cidade de São Paulo, publicado em dezembro de 2020, o mesmo Instituto Florestal, órgão da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo que pesquisa a conservação das matas paulistas, afirma que “a crise econômica no mercado de um produto específico causa o não plantio e o desemprego rural”. E conclui que “essas tendências ameaçam a rede social dos agricultores familiares, o modo de vida rural e a preservação da multifuncionalidade da agricultura”.

E mais, o Instituto Florestal lista 11 serviços ecossistêmicos garantidos pela manutenção do Cinturão Verde — ou seja, benefícios gerados pelos ecossistemas para a recuperação das condições ambientais e melhora da qualidade de vida das pessoas. Entre eles estão:

  • Fornecimento e purificação da água;
  • Controle de erosão, escorregamentos, assoreamentos e inundações;
  • Controle da qualidade do ar;
  • Absorção de carbono e redução de gases de efeito estufa;
  • Regulação do clima.

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Fonte: A Pública