Herança da colonização, Brasil computa um milhão de pessoas em condições análogas à escravidão. Os dados são do levantamento Índice de Escravidão Global 2023, publicado pela ONG Walk Free.
De acordo com o órgão, o número é 2,7 vezes maior que no levantamento de 2018, quando a estimativa era de 369 mil. Já superam também as ocorrências registradas tanto em 2019 como em 2020 e representam 60% dos registros de 2021.
Nesse patamar, o Brasil ocupa hoje o 11° lugar entre 160 países, ‘perdendo’ para nações como Índia, China, Coréia do Norte e Estados Unidos, este último que tem o maior número de escravizados, segundo a organização – cerca de 1,1 milhão.
Vale destacar que o aumento dos casos de trabalho escravo ocorre após o governo federal – agora sob Lula – retomar as ações de fiscalização que, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), sofreram ataques severos, desmonte e cortes de recursos e equipes.
Dados do Radar SIT, mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que somente nestes primeiros cinco meses de mandato da gestão Lula já foram resgatados mais de 1,2 mil trabalhadores nessas condições.
Escravidão oculta
O informe ressalta que os países do G20 importam, atualmente, US$ 468 bilhões (equivalentes a R$ 2,3 trilhões) em mercadorias que podem ter sido produzidas mediante trabalho forçado.
Em 2016, eram US$ 354 bilhões (em torno de R$ 1,7 trilhão). Produtos eletrônicos estão no topo da lista, seguidos por roupas, óleo de palma e painéis solares.
O que é a escravidão moderna?
O conceito de escravidão moderna apresentado pela Walk Free abrange “trabalho forçado, casamento forçado, servidão por dívida, exploração sexual” e “venda e exploração de crianças”.
Entre os fatores que contribuem para o problema estão migração, conflitos, regimes repressivos e discriminação.
A escravidão contemporânea no Brasil, é geralmente encontrada nos setores de confecção de roupas e acessórios, em fazendas de gado, na exploração de cana-de-açúcar, de madeira, na construção civil, entre outros.
Com informações das agências