Home NÃO À PRIVATIZAÇÃO! Após privatização, tarifa de água em Ouro Preto (MG) tem alta de...

Após privatização, tarifa de água em Ouro Preto (MG) tem alta de 5.385%

Com o objetivo de reverter a privatização do saneamento, que hoje é realizado pela empresa Saneouro que impõe tarifas que variam de R$300 a R$1.400, a população da cidade mineira realizou protesto na porta da Prefeitura e ocuparam o saguão da Prefeitura para cobrar audiência com o prefeito, Angelo Oswaldo de Araújo Santos.

De acordo com a população que participava do ato, antes da chegada da Saneouro, o valor da tarifa variava entre R$22 e R$26. Ainda de acordo com os moradores, a cobrança atual é três vezes maior comparado às concessionárias que atendem a nível nacional.

A resposta do governo municipal à brutal explosão das contas da população de Ouro Preto foi com violência, e mães e pais de família sofreram com a força da Guarda Civil Municipal, que utilizaram cassetetes e spray de pimenta.

A Saneouro, que possui contrato de exploração do serviço de 35 anos, presta os serviços de água e esgoto na cidade desde janeiro de 2020 e, de lá pra cá, a população reclama do serviço prestado pela empresa ao município.

Como resposta a indignação da população, a Prefeitura de Ouro Preto entrará com um processo solicitando a anulação do contrato com a Saneouro, firmado na gestão do ex-prefeito Júlio Pimenta (MDB).

Em pronunciamento na Câmara da cidade, o secretário de governo disse que o prefeito irá lutar pela remunicipalização da água na cidade. “Eu adianto para vocês que o prefeito vai entrar com uma ação anulatória. O prefeito quer remunicipalizar o serviço de água e esgoto de Ouro Preto, porque a água não é mercadoria, é um direito de todo cidadão”.

Sobre a cidade

Hoje, Ouro Preto conta com uma população de cerca de 72 mil habitantes (IBGE, 2010), com salário médio mensal de 3,1 salários mínimos (IBGE, 2019), sendo 35% da população com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa. Os números do saneamento do município indicam que 96% dos domicílios urbanos e 74% dos domicílios rurais têm acesso à rede geral de abastecimento de água, e 85% dos domicílios urbanos e 54% dos domicílios rurais à rede geral de esgoto ou pluvial (PNSR, 2019).