A empresa privada que possui a concessão de energia de São Paulo, a Enel mais que dobrou seu lucro líquido em 2023, para 3,44 bilhões de euros em 2023, ante 1,68 bilhão de euros em 2022. De acordo com relatório da empresa, para ara 2024, a Enel já computa obter um rendimento ordinário líquido entre 6,6 bilhões de euros e 6,8 bilhões de euros.
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Mas, enquanto os acionistas da Enel comemoram os lucros bilionários São Paulo padece com o péssimo serviço, a cobrança de contas abusivas e os apagões.
Nesta quinta (21), o centro da cidade de São Paulo voltou a sofrer com novo apagão de energia. Essa é a terceira vez que a região fica sem energia em menos de uma semana. Diversos bairros da região central enfrentaram problemas no fornecimento de energia. Na segunda (18), 35 mil clientes foram prejudicados com o apagão, além de hospitais de referência.
Empresa mal avaliada
A Enel também é recordista de reclamações no Procon feitas na cidade e também no Estado de São Paulo. De 2021 a 2023, as queixas contra a Enel quase dobraram: Em 2023 foram 15.248, enquanto em 2021 foram 8.686. Significa um aumento de 75,5%.
“Onde está o governador para responder sobre as consequências da atuação da empresa privada na prestação do serviço de energia elétrica? Por isso lutamos pela Sabesp pública. Não queremos que a Sabesp seja transformada em uma nova Enel. Serviços essenciais não podem estar nas mãos daqueles que só visam o lucro. Enquanto os governos empurram a responsabilidade para a Enel e a Enel empurra para os governos, a população é prejudicada”, alertou a direção do Sintaema.
E completou: “Tarcísio que reclama da Enel quer vender a Sabesp e dar de mão beijada para grupos privados por trinta anos a maior empresa de saneamento da América Latina, que é patrimônio do povo paulista. Quer fazer com o serviço de água e esgoto o que fizeram com a energia elétrica. Quem será penalizada será a população”.
Desmonte e precarização
Vale lembrar que esse caos é resultado da gestão empreendida pela Enel em São Paulo. Como parte da política de redução de custos, a Enel reduziu desde 2019 em 36% o quadro de trabalhadores (as).
Segundo dados da Aneel, a Enel mantinha em 2019 um trabalhador para atender a cada 307 usuários, em média. Após a redução no quadro, cada trabalhador da empresa precisa atender cerca de 511 consumidores.
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