A floresta amazônica é muitas vezes referida como o pulmão da Terra. Entretanto, nas últimas décadas, os pulmões do mundo têm mostrado cada vez mais que não estão em boa saúde. Agora, um novo estudo publicado na revista Nature soa o alarme de que a floresta tropical amazônica está se aproximando de um ponto crucial de alerta.
De acordo com o artigo, o desmatamento contínuo e os incêndios florestais na região podem levar à morte generalizada, um fenômeno em que as plantas são mortas por condições como seca ou parasitas. Para chegar a estas conclusões, o estudo avaliou as observações de satélite da Amazônia de 1991 a 2021.
Uma das conclusões mais preocupantes do estudo é o fato de que mais de 75% da floresta tropical foi reduzida em estabilidade desde a virada do milênio. Isto significa que leva muito mais tempo para que o habitat se recupere após desastres naturais. Dado o aumento da frequência dos incêndios florestais devido à mudança climática, esta mudança no ecossistema só irá exacerbar os problemas existentes. As áreas mais próximas da civilização humana, seja na forma de fazendas ou áreas urbanas, são as mais afetadas por esta perda de estabilidade.
Os pesquisadores deste estudo não indicaram uma data específica sobre quando este ponto irreversível será alcançado ou quanto tempo temos para evitá-lo, apenas que estamos a caminho de alcançá-lo. Uma vez alcançado o ponto deste retiro, a Amazônia que conhecemos como uma floresta tropical exuberante e úmida começará a se transformar em um prado dentro de algumas décadas. Como as pastagens absorvem menos dióxido de carbono do que as florestas tropicais, isto também contribui para o problema do aquecimento global.
Este estudo une-se a uma série de relatórios que destacam a preocupante evolução da Amazônia devido à mudança climática causada pelo homem. Por exemplo, um estudo publicado no ano passado anunciou a descoberta surpreendente de que a quantidade de dióxido de carbono que a floresta amazônica produz agora excede a quantidade que ela absorve. Isto se deve principalmente às emissões dos incêndios florestais.
Após aprender sobre as terríveis consequências do desmatamento na Amazônia, a solução para parar de derrubar árvores pode parecer simples. Entretanto, o desmatamento é um problema econômico complexo. Muitos dos povos da Amazônia desmatam partes da área para criar gado e ganhar a vida. A solução para este problema depende em grande parte da política econômica do Brasil.
Para o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o desmatamento atingiu seus níveis mais altos desde 2006, mas há soluções para essa crise com a política certa. De acordo com o Instituto de Recursos Mundiais, o Brasil pode crescer sua economia com investimentos verdes que também ajudarão a conter o desmatamento. Além disso, pagar aos residentes para restaurar e proteger o ecossistema natural em sua propriedade poderia ser uma das soluções mais eficazes.
O conhecimento do meio ambiente e seus múltiplos impactos é essencial em um mundo cada vez mais afetado pela mudança climática.
Fonte: Funiblogs