A história da luta das mulheres é a história de luta para vencer problemas estruturais profundos e que datam desde a formação do Brasil. A exclusão e violência tem como cerne de sustentação uma sociedade patriarcal e opressora que negou às mulheres, por séculos, direitos fundamentais como o acesso à educação, conformando as escolas como espaços privilegiados de homens e de reprodução do machismo e da misoginia.
Contra essa herança que alimenta a desigualdade e violência, nesta 8 de Março, os movimentos sociais e entidades sindicais da Educação ocuparão as ruas com a bandeira “chega de violência e desigualdade, é preciso valorizar as educadoras e educadores e oferecer condições dignas de trabalho”.
Trabalho igual, salário igual!
Dados do Censo Escolar, em 2020, 81% das 2,2 milhões de pessoas que exercem a profissão na educação básica são professoras. Porém, o levantamento aponta que os homens recebem 12% a mais do que as mulheres.
O estudo aponta que esta diferença se deve ao fato de que, conforme os níveis escolares avançam, a presença feminina cai: são 96% dos professores da educação infantil, 88% no ensino fundamental I, 67% no fundamental II e 58% no ensino médio.
Por isso, neste #8M a mulheres levarão às ruas a defesa do pagamento do piso salarial – uma conquista ainda em disputa no Brasil e que afeta majoritariamente as trabalhadoras – e a denúncia dos retrocessos com a reforma do ensino médio imposta pelo governo Michel Temer e que apresenta uma metodologia que não incentiva a autonomia e o empoderamento feminino ao ignorarem noções de desenvolvimento coletivo e da consciência de classe, fundamentais para reverter a lógica estrutural do machismo e da misoginia.
Trabalhadora e trabalhador unidos, Sindicato forte!