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11º Congresso do Sintaema | Segundo dia analisa conjuntura e reforça bandeira da unidade

O 11º Congresso do Sintaema segue promovendo grandes reflexões sobre os rumos do país e da luta em defesa dos serviços públicos.

Na manhã deste sábado (25), duas mesas temáticas movimentaram os debates entre delegados e delegadas que representam todas as regiões do estado. A primeira mesa, sobre conjuntura internacional, nacional e estadual, contou com a presença de Nivaldo Santana, secretário sindical nacional do PCdoB; Fernando Lima, supervisor técnico do Dieese; e Cleber Rabelo, da coordenação nacional do CSP-Conlutas.

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O debate analisou as transformações do mundo, os rumos da economia brasileira e os desafios da classe trabalhadora diante da crise do capitalismo e do avanço da extrema direita.

Para Nivaldo Santana, vivemos um momento de profundas mudanças geopolíticas, marcado pela decadência da hegemonia norte-americana e o surgimento de novos polos de poder:

“Nós estamos vendo uma movimentação das placas tectônicas sobre as quais se sustenta a ordem mundial. Desde o fim da Segunda Guerra, o mundo é dominado principalmente pelo império americano e seus aliados. E nós estamos vendo hoje a decadência dessa hegemonia e a emergência de novos polos de poder no mundo, com destaque para a China”, enfatizou Santana.

Fernando Lima, do Dieese, destacou os limites da política econômica e a necessidade de enfrentar o sistema tributário regressivo que penaliza os mais pobres:

“Enquanto o Congresso derrota medidas como o IOF, que arrecadariam R$ 10 bilhões, bilionários seguem sem pagar imposto sobre grandes fortunas. É preciso inverter essa lógica e fazer o sistema trabalhar em favor do povo, não dos rentistas”, reforçou o pesquisador.

Cleber Rabelo, do CSP-Conlutas, ressaltou que o desemprego e a precarização escondem um problema maior — a disputa ideológica pela consciência da classe trabalhadora. “A ultradireita está ganhando espaço entre os trabalhadores porque consegue canalizar a revolta social contra os mais pobres, contra o Bolsa Família, enquanto o sistema financeiro segue lucrando. A tarefa do movimento sindical é disputar essa consciência e organizar a luta”, orientou o dirigente.

Projeto de desenvolvimento

A segunda mesa do dia trouxe uma discussão essencial sobre o futuro do saneamento e da preservação do meio ambiente, com Edson Aparecido, secretário-executivo do ONDAS, e Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST.

Edson Aparecido apresentou dados que mostram o avanço acelerado da privatização do saneamento após o Marco Legal, alertando para a concentração do setor nas mãos de grandes fundos financeiros:

“A maioria dessas empresas têm como controladores fundos de investimento — nacionais e internacionais. E a função do fundo de investimento é render juros para pagar acionistas. O saneamento, que deveria ser um direito, vira um ativo financeiro”, alertou Aparecido.

Encerrando a manhã, Gilmar Mauro trouxe uma visão crítica sobre a relação entre capitalismo, crise climática e agronegócio: “O capital ganha destruindo o planeta e ganha na suposta reconstrução do planeta. A Bayer ganha dinheiro produzindo veneno e produzindo remédio. O objetivo e o coração do sistema é gerar lucro, não importa onde”, afirmou a liderança social.

O dirigente do MST também reforçou o papel transformador da ação coletiva e da solidariedade internacional: “Nós nos fazemos ao fazermos as coisas. Não haverá milagre: é preciso plantar aqui e agora o que se quer colher amanhã”, frisou.

Ao avaliar os trabalhos, o presidente do SIntaema destacou que os debates da manhã reafirmaram o papel do Sindicato e dos trabalhadores e trabalahdoras do setor de água, esgoto e meio ambiente na disputa por um projeto nacional soberano, popular e sustentável, que garanta o saneamento como direito humano fundamental e não como mercadoria.

Assista aqui: