A Sabesp anunciou a compra do controle da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) por R$ 1,1 bilhão. O negócio, que vem sendo celebrado pelo governo Tarcísio e pelos investidores da Faria Lima, revela o verdadeiro projeto por trás da privatização da Sabesp: concentra recursos naturais, nas mãos do capital financeiro.
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A EMAE, privatizada há pouco mais de um ano e meio, foi vendida para um fundo ligado ao empresário Nelson Tanure — símbolo da especulação que domina o setor de infraestrutura. Agora, após o fundo não honrar suas dívidas, a Sabesp privatizada entra em cena para comprar os ativos, num movimento que consolida o controle de um bem público estratégico por grupos privados.
Mais do que uma simples transação financeira, essa compra mostra que o projeto político de Tarcísio e dos novos donos da Sabesp é abocanhar todo o setor de recursos naturais do estado, expandindo o controle sobre usinas, reservatórios e barragens que garantem a segurança hídrica da Região Metropolitana de São Paulo.
Ou seja: o que antes era administrado com responsabilidade pública e social, agora passa a obedecer à lógica do lucro e do mercado.
O discurso da “sinergia entre água e energia”, usado pela empresa para justificar a compra, não esconde o verdadeiro objetivo: concentrar poder e ampliar os ganhos dos acionistas, mesmo que isso signifique aumentar tarifas, precarizar serviços e colocar em risco a gestão ambiental.
O Sintaema denuncia a mercantilização escancarada de um bem universal e reafirma sua luta em defesa da água pública, da soberania sobre os recursos naturais e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Com informações da EXAME